De Brizola A Cabral, De Collor A Dilma: A Geografia Do Voto No Rio De Janeiro De 1982 A 2010

No Dicionário de política, organizado por Norberto Bobbio, e no verbete que trata sobre o tema da representação política, Maurizzio Cotta afirma que “o elemento fundamental do mecanismo de garantia da representação é dado pelas eleições”.

Apesar de aparentemente simples, a definição abre um amplo conjunto de questões sobre os dois conceitos centrais aí envolvidos: representação e eleição.
As eleições nos sistemas políticos atuais sinalizam a “vontade agregada” de cidadãos e eleitores que depositam geralmente e de maneira regular os seus votos nas urnas por meio de um sistema que denominamos democracia representativa e que se manifesta em boa parte dos países pelo mundo. Esse modelo teria sido inspirado a partir do formato político inventado pelos gregos e aperfeiçoado de diferentes formas ao longo da história até a multiplicidade dos sistemas eleitorais contemporâneos.
Um primeiro problema abordado pelo próprio verbete no Dicionário diz respeito à representação política e eleitoral, que pode ser entendida e exercida das mais diferentes formas. O próprio texto de Cotta define três modelos: o delegativo, a representação baseada na confiança e a representação entendida como espelho da sociedade.
Uma abordagem clássica sobre o conceito de representação política pode ser encontrada no livro de Hanna Pitkin, em que, partindo da etimologia do conceito, remonta a sua primeira utilização na teoria política de Hobbes e dispõe de tipos diferenciados em sua multiplicidade dentro da tradição do pensamento político clássico. Representar significa, originalmente para essa autora, tornar presente aquilo que não está presente, e partir daí dá-se início a uma inspiradora e controversa discussão que leva o conceito de representação para outras esferas como o direito, a arte, a filosofia.
Há ainda que ressaltar que, a partir de Rousseau, a possibilidade da representação é diretamente questionada, pois, em seu proposto modelo de democracia direta, a vontade não pode ser representada, pois deixa de ser vontade, e por essa contradição política e lógica diversos outros autores criticam a possibilidade prática de implementação da democracia representativa por meio do voto, pois a representação política seria simplesmente um engodo, uma falsidade. A própria Hanna Pitkin, em um texto mais recente, admite claramente o paradoxo que persiste quanto ao conceito, reformulando a sua posição inicial.

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