As inovações tecnológicas sempre estiveram ligadas à evolução do Jornalismo. Desde a prensa de tipos móveis, surgida em 1440, todos os saltos tecnológicos repercutiram na forma pela qual nos comunicamos.

Não foi diferente com o desenvolvimento da computação, na década de 50, e com o surgimento da internet, na década de 70. Desde então, o advento da Comunicação Mediada pelo Computador (CMC) tem modificado as relações humanas. O campo da Comunicação tem incorporado e refletido as influências desta revolução, que repercute nas formas de organização, identidade, conversação e mobilização social.
No Jornalismo, o advento da internet também causou grandes mudanças, especialmente no processo de produção da notícia e na sua disseminação. Apesar de lenta no Brasil, a informatização das redações tomou impulso nas décadas de 80 e 90, e prosseguiu até a atualidade. Reflexos desta revolução digital, os Sítios de Redes Sociais (SRS) se apresentam como uma ágora digital, na qual os atores sociais ganham voz e interagem para criar novas relações com a comunicação. Neste contexto, os SRS podem atuar como fontes produtoras de informação, como filtros de informação ou como espaços de reverberação dessas informações, segundo Recuero. Para a autora, tais ambientes têm condições de gerar mobilizações e conversações, que, por sua vez, podem ser de interesse jornalístico. Ana Brambilla é enfática ao afirmar que existe interdependência entre o Jornalismo e as Redes Sociais na Internet (RSI), e que o jornalista que não incorporá-las ao seu trabalho perderá seu lugar no mercado.
Machado sustenta que, no universo descentralizado do ciberespaço, qualquer um pode se transformar em uma potencial fonte jornalística. Segundo o autor, o processo de utilização da internet no Jornalismo pode ser dividido em dois tipos: o primeiro atribui às redes o papel instrumental de fornecer aos jornalistas conteúdo suplementar ao obtido pelos métodos tradicionais; o segundo sustenta que as redes são um ambiente distinto, no qual todas as etapas do sistema de produção de conteúdos jornalísticos ficam circunscritas ao ciberespaço. Tanto uma quanto outra visão atribui ao espaço virtual e aos SRS os mecanismos necessários para oferecer informações aos jornalistas.