A Poética Do Não-Ver

A Poética Do Não-Ver aborda a criação artística motivada pela privação da visibilidade, sobretudo à restrição parcial da visibilidade.

A Poética Do Não-Ver: Da Cegueira À Visibilidade Encenada aborda a criação artística motivada pela privação da visibilidade, sobretudo à restrição parcial da visibilidade inerente ao processo de criação artística. O fruto destas experiências culminou no entrelaçamento das habilidades manuais e óticas para formular, a partir de operações poéticas, uma cegueira como teoria.

De olhos abertos - olhos que veem e pensar ver - nasce a ideia de uma cegueira vidente que é a base para a criação das séries de fotografias, objetos e desenhos. A partir do desdobramento conceitual propiciado pelas experiências, apresenta-se uma série que explora a cegueira como uma prática de encenação manual. Uma cegueira como teoria que especula sobre um não-ver transposto da abstração para a uma realidade visível.

Nesta pesquisa, a cegueira aponta uma ausência. Mas, ao contrário do que se pensa quando se fala de uma falta, ela não é interpelada como uma carência que deve ser suprida, tampouco negada. Pelo contrário, a cegueira é ela mesma norteadora e propositiva, capaz de indicar caminhos para a visualidade, oferecendo-se como subsídio para repensá-la.

É o objeto da minha inquietação porque aparece como um pensamento recorrente no processo de criação, impregnada nas ações que me levam a criar. Intercepta-me a partir de provocações quando não sei qual solução dar a um trabalho, quando tenho dúvidas sobre qual direção seguir, ou antes: para inventar “novas” maneiras de ver.

José Saramago conta em entrevista que a questão que o provocou a escrever Ensaio Sobre A Cegueira, seu livro mais premiado, foi: “E se nós fôssemos todos cegos?”, ele mesmo responde: “Mas nós estamos realmente todos cegos! Cegos da razão, cegos da sensibilidade…”.

Aproveito para fazer uma ressalva. Tomo a pesquisa acerca da cegueira nas artes visuais como um estudo que parte da reflexão do trabalho artístico, levando em conta os tensionamentos, convergências e disputas que porventura podem ser suscitadas por ela em múltiplos lugares. Contudo, a cegueira neste contexto só faz sentido, se articulada com a arte, o processo criativo, o desenho, as imagens.

Ao que concerne a construção do texto e o seu respectivo referencial teórico estabeleci um recorte preciso entre determinadas abordagens a fim de privilegiar o enfoque da pesquisa, sem tirar os olhos da produção que nascia e sobre a qual o texto se erige e justifica.

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A Poética Do Não-Ver aborda a criação artística motivada pela privação da visibilidade, sobretudo à restrição parcial da visibilidade.

A Poética Do Não-Ver: Da Cegueira À Visibilidade Encenada aborda a criação artística motivada pela privação da visibilidade, sobretudo à restrição parcial da visibilidade inerente ao processo de criação artística. O fruto destas experiências culminou no entrelaçamento das habilidades manuais e óticas para formular, a partir de operações poéticas, uma cegueira como teoria.

De olhos abertos – olhos que veem e pensar ver – nasce a ideia de uma cegueira vidente que é a base para a criação das séries de fotografias, objetos e desenhos. A partir do desdobramento conceitual propiciado pelas experiências, apresenta-se uma série que explora a cegueira como uma prática de encenação manual. Uma cegueira como teoria que especula sobre um não-ver transposto da abstração para a uma realidade visível.

Nesta pesquisa, a cegueira aponta uma ausência. Mas, ao contrário do que se pensa quando se fala de uma falta, ela não é interpelada como uma carência que deve ser suprida, tampouco negada. Pelo contrário, a cegueira é ela mesma norteadora e propositiva, capaz de indicar caminhos para a visualidade, oferecendo-se como subsídio para repensá-la.

É o objeto da minha inquietação porque aparece como um pensamento recorrente no processo de criação, impregnada nas ações que me levam a criar. Intercepta-me a partir de provocações quando não sei qual solução dar a um trabalho, quando tenho dúvidas sobre qual direção seguir, ou antes: para inventar “novas” maneiras de ver.

José Saramago conta em entrevista que a questão que o provocou a escrever Ensaio Sobre A Cegueira, seu livro mais premiado, foi: “E se nós fôssemos todos cegos?”, ele mesmo responde: “Mas nós estamos realmente todos cegos! Cegos da razão, cegos da sensibilidade…”.

Aproveito para fazer uma ressalva. Tomo a pesquisa acerca da cegueira nas artes visuais como um estudo que parte da reflexão do trabalho artístico, levando em conta os tensionamentos, convergências e disputas que porventura podem ser suscitadas por ela em múltiplos lugares. Contudo, a cegueira neste contexto só faz sentido, se articulada com a arte, o processo criativo, o desenho, as imagens.

Ao que concerne a construção do texto e o seu respectivo referencial teórico estabeleci um recorte preciso entre determinadas abordagens a fim de privilegiar o enfoque da pesquisa, sem tirar os olhos da produção que nascia e sobre a qual o texto se erige e justifica.

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