
O desafio que guiou a construção deste livro foi pensar e discutir a Educação na contemporaneidade que, para Agamben, pode ser entendida como uma ligação singular que estabelecemos com o próprio tempo. Sendo assim, cada um e cada uma de nós mobiliza diferentes relações com o tempo.
Disso resulta que “aqueles que coincidem muito plenamente com a época, que em todos os aspectos a esta aderem perfeitamente, não são contemporâneos porque, exatamente por isso, não conseguem vê-la, não podem manter fixo o olhar sobre ela”.
Precisamos ser capazes de enxergar não apenas as luzes originadas em nossa época, mas antes, descobrir suas trevas, aquilo que apenas desencaixes com o próprio tempo permitiriam entrever.
É neste jogo entre dissociações e anacronismos temporais que as pesquisas aqui apresentadas se inspiraram para problematizar diferentes questões e desafios da Educação. A maioria delas, relativas aos problemas que a escola – essa instituição eternamente em crise – enfrenta. Essa crise, entendida como um modo de governo, passa-nos a impressão de que a escola já não pertenceria a este tempo e época, devendo ser completamente reformada
Educação Na Contemporaneidade é um livro que nos transporta para além dele mesmo. Isso porque foi concebido como um conjunto de capítulos que examinam importantes temas do tempo presente, discutidos mediante uma literatura atual, relevante e abrangente, que nos convocam a pensar sobre questões que extrapolam os contextos específicos ali analisados.
Somos instigados a pensar sobre nosso próprio pensamento, a nos questionar sobre o que, muitas vezes, tomamos como “dado”, quer seja em nossa prática docente ou em nossa atividade de pesquisa no âmbito educacional. Então, pergunto: O que de mais importante pode haver em uma coletânea do que aguçar nossa atitude reflexiva diante ao que aí está? Frente ao que somos e o que fazemos como profissionais da Educação?











