
A obra explicita e analisa o dilema de uma política de imigração por meio da qual se buscava exercer alguma influência em um processo amplo e transnacional que estava muito além dos recursos de autoridade e de controle do Estado brasileiro, ou seja, o intenso fluxo migratório vindo da Europa e da Ásia em fins do século XIX e início do século XX.
Assim, o autor examina os mecanismos do Estado para exercer papel ativo frente à mobilidade dos imigrantes, de modo a influenciar a composição, seja racial, seja nacional, do conjunto daqueles que chegavam ao país, e incrementar os atrativos do Brasil na disputa pelos imigrantes europeus.
Este dilema de como dirigir o outro a partir de uma posição na qual os recursos de autoridade são limitados, torna-se cada vez mais a tônica dos agentes estatais que lidam com os diversos impactos do processo de globalização no mundo contemporâneo.
Os leitores irão encontrar aqui uma análise do papel exercido pelas políticas de imigração e colonização no interior do processo de formação do Estado nacional brasileiro. Em especial, O Poder De Domar Do Fraco, procura mostrar, a partir do exame das ações e representações desenvolvidas pelos agentes do Serviço do Povoamento do Solo Nacional, de que forma as técnicas de poder envolvidas na execução das políticas federais de imigração e colonização desempenharam um importante papel na construção da autoridade pública do governo federal nas duas primeiras décadas do século XX, tendo modelado não apenas os comportamentos de parcelas expressivas dos imigrantes aqui chegados como também alguns mecanismos essenciais de funcionamento do próprio Estado brasileiro.

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