
Com o propósito de compreender “o que quer a vontade que impulsiona o homem a buscar cada vez mais tecnologia”, este estudo busca pensar com Heidegger e Nietzsche como a tecnologia moderna surge da própria tradição metafísica do pensamento ocidental, sendo uma destinação de sua história: “identificamos uma consanguinidade da técnica moderna com a própria metafísica, uma vez que ambas partilham uma mesma origem, direção e sentido, qual sejam, a objetivação, representação e controle do mundo em que vivemos”.
Tanto Nietzsche, com a caracterização do chamou de vontade de verdade, quanto Heidegger, com a sua crítica ao império do binômio ciência e tecnologia, ambos mostram como há no modo de pensar ocidental moderno uma sanha pelo controle e dominação incondicional de todas as coisas.
O trabalho de Rafael tece apropriadamente o pensamento desses dois filósofos, mostrando, por um lado, como a técnica moderna, a tecnologia, descobre o real na perspectiva da objetividade, a fim de dominar e, assim, explorar a natureza; e, por outro lado, como é possível uma superação dessa perspectiva metafísica da atual relação do homem com o mundo.
Com Tecnologia, Objetividade E Superação Da Metafísica, Rafael apresenta a questão da essência da técnica moderna (cap. 1), mostrando como ela se constitui em um modo de desencobrimento do real que, a partir de objetividade, representação e certeza (cap. 2), submete toda a realização à bitola da dominação e exploração incondicionais da composição (Gestell): “a composição dispõe e pré-põe a realidade de maneira a torna-la sempre plenamente verificável e controlável pelo homem”.
Após fazer essa radiografia de nossa época e diagnosticar o perigo da moderna relação do homem com o mundo, o trabalho ainda busca pensar como é possível uma superação da metafísica que, dando limite à vontade da tecnologia, transforme o homem atual (cap. 3).











