O Que Há De Novo Nos Novos Feminismos?

O Que Há De Novo Nos Novos Feminismos? busca sistematizar estas novas formas de luta feminista no contexto brasileiro, tanto na teoria quanto na prática.

No final do século XX, o clima do debate público brasileiro sobre o feminismo girava em torno da sua caracterização como uma ideologia algo residual e ultrapassada.

O argumento dizia que o feminismo havia perdido muito do seu sentido justamente porque alcançara as suas pautas principais: o voto, o mercado de trabalho e a liberdade sexual.

Esse otimismo fatal em relação às conquistas do movimento de mulheres não era novo. Ele replicava uma abordagem tipicamente aplicada pela ONU na década de 1990.

No entanto, esse programa mínimo, muitas vezes associado a reivindicações pela inclusão da mulher no mundo dos homens, nunca foi capaz de dar conta das contradições inerentes à experiência feminina da cidadania.

Já na segunda década do século XXI, no contexto de um novo ciclo de lutas global, mulheres organizadas em coletivos feministas que ninguém, nem nenhuma militante, parecia conhecer ou já ter ouvido falar, ganharam a cena política.

Tratava-se de novas sujeitas que emergiam e se insurgiam com uma nova agenda e com novas práticas. Sua principal ferramenta eram as redes sociais, mas elas não se limitavam ao ativismo virtual.

Ganharam as ruas em grandes manifestações espontâneas, isto é, sem a intermediação de nenhum tipo de organização social conhecida. Inauguraram repertórios de luta a partir de um ativismo autônomo, que foi visto com desconfiança tanto por parte dos governos quanto de partidos políticos e até de movimentos sociais.

Porém, da rejeição a esta forma de ativismo, num primeiro momento, a atitude mudou em seguida para um ensaio de captura, adotando, finalmente, o tom de uma difícil (re)conciliação.

Ainda assim, um diagnóstico comum acerca desse acontecimento é que teríamos adentrado um caminho sem retorno. Alguma coisa havia mudado. Àquela altura, o mundo já era outro.

Como ensaiar uma explicação para tudo isso? Esta pesquisa tem o objetivo de produzir um documento que possa sistematizar algo do que se sabe sobre essas novas formas insurgentes da luta feminista, registrando algumas transformações pelas quais vêm passando a auto-organização das mulheres no Brasil.

O Que Há De Novo Nos Novos Feminismos? não resulta num trabalho acabado. Antes disso, deve-se tomar esse esforço como estímulo para futuras reflexões.

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O argumento dizia que o feminismo havia perdido muito do seu sentido justamente porque alcançara as suas pautas principais: o voto, o mercado de trabalho e a liberdade sexual.

Esse otimismo fatal em relação às conquistas do movimento de mulheres não era novo. Ele replicava uma abordagem tipicamente aplicada pela ONU na década de 1990.

No entanto, esse programa mínimo, muitas vezes associado a reivindicações pela inclusão da mulher no mundo dos homens, nunca foi capaz de dar conta das contradições inerentes à experiência feminina da cidadania.

Já na segunda década do século XXI, no contexto de um novo ciclo de lutas global, mulheres organizadas em coletivos feministas que ninguém, nem nenhuma militante, parecia conhecer ou já ter ouvido falar, ganharam a cena política.

Tratava-se de novas sujeitas que emergiam e se insurgiam com uma nova agenda e com novas práticas. Sua principal ferramenta eram as redes sociais, mas elas não se limitavam ao ativismo virtual.

Ganharam as ruas em grandes manifestações espontâneas, isto é, sem a intermediação de nenhum tipo de organização social conhecida. Inauguraram repertórios de luta a partir de um ativismo autônomo, que foi visto com desconfiança tanto por parte dos governos quanto de partidos políticos e até de movimentos sociais.

Porém, da rejeição a esta forma de ativismo, num primeiro momento, a atitude mudou em seguida para um ensaio de captura, adotando, finalmente, o tom de uma difícil (re)conciliação.

Ainda assim, um diagnóstico comum acerca desse acontecimento é que teríamos adentrado um caminho sem retorno. Alguma coisa havia mudado. Àquela altura, o mundo já era outro.

Como ensaiar uma explicação para tudo isso? Esta pesquisa tem o objetivo de produzir um documento que possa sistematizar algo do que se sabe sobre essas novas formas insurgentes da luta feminista, registrando algumas transformações pelas quais vêm passando a auto-organização das mulheres no Brasil.

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