Crise Da Democracia?

O presente livro, Crise Da Democracia?/¿Crisis De La Democracia? é o resultado das apresentações dos conferencistas durante o evento Humboldt-Kolleg.

O presente livro, Crise Da Democracia?/¿Crisis De La Democracia? é o resultado das apresentações dos conferencistas durante o evento Humboldt-Kolleg, realizado pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia, da Universidade Federal de Santa Catarina, em novembro de 2014 com o apoio da Fundação Alexander Von Humboldt.

“Entre indignação e apatia: os cidadãos nas democracias contemporâneas”, tema do evento, teve como objetivo a investigação da relação paradoxal entre a crescente apatia política em nossas sociedades democráticas e a indignação que os cidadãos expressam contra os políticos e a política em geral.

As manifestações populares destes últimos anos, tanto nos países da América do Sul quanto da Ásia e da Europa, parecem contradizer a ideia segundo a qual os cidadãos de nossas democracias teriam tornado-se apáticos e desinteressados do ponto de vista político.

Esta mobilização popular parece ir contra o diagnóstico, tão frequentemente formulado em anos recentes, de uma crise da democracia.

Ao que parece, na maioria das sociedades ocidentais, os cidadãos estão expressando, de uma forma ou outra, sua decepção e sua desconfiança para com os partidos tradicionais, os políticos profissionais e os representantes eleitos.

Contudo, isso não equivale a desconfiar da própria democracia ou a rejeitá-la. Pelo contrário, como afirma Pierre Rosanvallon em seu livro sobre a Contra-democracia, a desconfiança nos representantes e o controle de sua atividade foram sempre elementos centrais da participação política no processo democrático.

Por outro lado, Colin Crouch, no seu Pós-democracia, chama a atenção para o fato que esse momento negativo, crítico, de suspeita e desconfiança pode ter efeitos deletérios para as instituições democráticas e para o espírito democrático dos próprios cidadãos, se não for acompanhado por um momento positivo de propostas e de demandas políticas concretas.

As expressões “contrademocracia” e “pós-democracia” são somente duas em uma longa lista de conceitos que teóricos e cientistas políticos inventaram para descrever a modificação e a crise aparente da democracia representativa.

Alguns desses conceitos visam salientar um elemento central que é visto ou bem como sintoma ou bem como causa da crise, como no caso da expressão “mediocracia”, que insiste sobre o papel (fundamentalmente negativo, segun-do esse autor) da mídia nas democracias atuais.

Outros conceitos tentam qualificar a forma de democracia que é percebida de forma negativa: um bom exemplo disso é o conceito de “democracia fraca” (oposto àquele de “democracia forte”) usado por Benjamin Barber.

Também há os que tentam dar conta da maneira pela qual a democracia pode ser afetada por determinados fenômenos sociais e políticos, como no caso da noção de “democracia desfigurada”, elaborada por Nadia Urbinati.

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O presente livro, Crise Da Democracia?/¿Crisis De La Democracia? é o resultado das apresentações dos conferencistas durante o evento Humboldt-Kolleg, realizado pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia, da Universidade Federal de Santa Catarina, em novembro de 2014 com o apoio da Fundação Alexander Von Humboldt.

“Entre indignação e apatia: os cidadãos nas democracias contemporâneas”, tema do evento, teve como objetivo a investigação da relação paradoxal entre a crescente apatia política em nossas sociedades democráticas e a indignação que os cidadãos expressam contra os políticos e a política em geral.

As manifestações populares destes últimos anos, tanto nos países da América do Sul quanto da Ásia e da Europa, parecem contradizer a ideia segundo a qual os cidadãos de nossas democracias teriam tornado-se apáticos e desinteressados do ponto de vista político.

Esta mobilização popular parece ir contra o diagnóstico, tão frequentemente formulado em anos recentes, de uma crise da democracia.

Ao que parece, na maioria das sociedades ocidentais, os cidadãos estão expressando, de uma forma ou outra, sua decepção e sua desconfiança para com os partidos tradicionais, os políticos profissionais e os representantes eleitos.

Contudo, isso não equivale a desconfiar da própria democracia ou a rejeitá-la. Pelo contrário, como afirma Pierre Rosanvallon em seu livro sobre a Contra-democracia, a desconfiança nos representantes e o controle de sua atividade foram sempre elementos centrais da participação política no processo democrático.

Por outro lado, Colin Crouch, no seu Pós-democracia, chama a atenção para o fato que esse momento negativo, crítico, de suspeita e desconfiança pode ter efeitos deletérios para as instituições democráticas e para o espírito democrático dos próprios cidadãos, se não for acompanhado por um momento positivo de propostas e de demandas políticas concretas.

As expressões “contrademocracia” e “pós-democracia” são somente duas em uma longa lista de conceitos que teóricos e cientistas políticos inventaram para descrever a modificação e a crise aparente da democracia representativa.

Alguns desses conceitos visam salientar um elemento central que é visto ou bem como sintoma ou bem como causa da crise, como no caso da expressão “mediocracia”, que insiste sobre o papel (fundamentalmente negativo, segun-do esse autor) da mídia nas democracias atuais.

Outros conceitos tentam qualificar a forma de democracia que é percebida de forma negativa: um bom exemplo disso é o conceito de “democracia fraca” (oposto àquele de “democracia forte”) usado por Benjamin Barber.

Também há os que tentam dar conta da maneira pela qual a democracia pode ser afetada por determinados fenômenos sociais e políticos, como no caso da noção de “democracia desfigurada”, elaborada por Nadia Urbinati.

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