
A presente obra visa apresentar e socializar pesquisa desenvolvida ao âmbito do Programa Institucional de Iniciação Científica( PIBIC) da Universidade Estadual da Paraíba ( UEPB) /CNPq que teve por objetivos, primeiro, analisar como o Calçadão se constitui em espaço público e, segundo, perceber de que maneira o uso deste espaço explica as transformações recentes do centro de Campina Grande.
Nesse sentido, a referida proposta de pesquisa problematizou os contrausos existentes no Calçadão, onde a presença de determinados usuários e praticantes põe sob questionamento um conflito de uso neste território.
Seja pela imagem pública que tem por referência a memória institucionalizada do comércio mais tradicional de Campina Grande; à luz do seu modo de estar na dinâmica tempo-espaço de cidade contemporânea, ou ainda por se vincular às marcas da configuração do espaço público, sempre excludente, nas cidades brasileiras.
É como espaço de convergência, de parcela significativa dos habitantes da cidade e de metáfora da sua sociabilidade, que o Calçadão remete às operações de “desvios” na espacialidade do centro principal de Campina Grande. Práticas que terminam em abrir brechas, estabelecer um lugar de vivências e em recondução a favor do uso ordinário que nele se elabora.
Pois no espaço do Calçadão se inscrevem o discurso do ambulante, do comércio, da política, dos intelectuais, artistas ou de práticas ilícitas – tais como: tráfico, roubo e prostituição- e de simples transeuntes.
Todos, percursos de uma tensão entre os pólos da “ordem” oficial e de práticas de resistência da rua. Lugar nomeado, campo de forças que possibilita pensar este espaço pela categoria sociológica da ação pública, da rua enquanto agente.
Ao metaforizar a imagem de Campina Grande pelos usos e vivências neste espaço, o Calçadão assume a relevância jamais ocupada no contexto da cidade, como espaço econômico e social mais ativo.











