Psicologia Social E Trabalho

Maria Chalfin Coutinho & Outros (Orgs.) - Psicologia Social E Trabalho: Perspectivas Críticas

De que modo a Psicologia Social tem dialogado com trabalho? Gostaria de refletir sobre essa questão desde o ponto de vista latino-americano e, para tanto, situo esse diálogo em dois tempos: origens e pensamento contemporâneo.

Na impossibilidade de fazer um resgate histórico exaustivo elegi como representativo do pensamento de uma Psicologia Social Latino-americana ainda nascente o texto de Ignácio Marin-Baró “Psicología Política del Trabajo en America Latina”.

Para o segundo tempo retomo outros dois textos sobre a temática do trabalho presentes na coletânea comemorativa de 30 anos da Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO): Stecher e Sato.

O texto de Marin-Baró, originalmente uma conferência proferida em Porto Alegre a qual eu tive o privilégio de assistir, questiona a tradicional imagem de indolente do trabalhador latino-americano.

Para compreender a construção histórica dessa imagem estereotipada, o autor caracteriza a situação laboral latino-americana em três eixos: divisão discriminante do trabalho; marginalização e desemprego maciço e dinâmica de exploração e repressão.

A releitura desse quadro elaborado há tanto por Marin-Baró, mas ainda tão atual, mostra a importância de olhar para as peculiaridades dos modos de trabalhar com os quais lidamos em nossos fazeres como psicólogos sociais.

A parir de sua compreensão sobre a situação laboral latino-americana, Marin-Baró discute dois enfoques psicológicos do trabalho: individualista e sistêmico. Esses enfoques foram tradicionalmente condicionados por: secundarização do âmbito do trabalho (análises centradas na dinâmica familiar); adesão à perspectiva dos setores no poder (patrão, proprietário etc.) e adoção do modelo médico (saúde laboral concebida como saúde mental, enquanto estado individual e quase orgânico).

O autor analisa como os dois enfoques lidam com a situação laboral latino-americana, considerando os três eixos acima mencionados. Assim, o enfoque individualista explica os problemas que caracterizam nossas situações de trabalho como decorrentes de dificuldades pessoais.

Já o enfoque sistêmico, centrado nas organizações sem considerar suas conexões com a sociedade na qual se inferem, compreende as dificuldades de nosso cotidiano de trabalho como consequências do atraso tecnológico ou mesmo de problemas culturais.

 

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