A Nação Faz 100 Anos

Criação dos tempos modernos, arraigada na mentalidade dos povos, essa "comunidade imaginada", na feliz expressão de Anderson, resiste aos embates da pós-modernidade, e se mantém, neste final de milênio, como um símbolo fundamental de identificação coletiva

: até hoje, homens e mulheres matam e morrem por esta bem construída invenção.
Conceitos como Pátria e Nação fazem parte do universo simbólico do mundo ocidental desde o fim do século XVIII. É interessante lembrar que, naquele momento, Pátria e Nação eram conceitos diferentes e mesmo opostos, na medida em que o primeiro era marcado pelo universalismo e o cosmopolitismo (à la Robespierre), e o segundo - que acabou por triunfar - refletia o nacionalismo francês (à la Danton).
A Revolução Francesa marcou o nascimento da concepção de "nação-contrato", cuja base era a unidade político-territorial, a existência de uma lei comum e a cidadania. A essa concepção se contrapôs a ideia de "nação-instinto", particularmente cara aos germânicos.
Formulada pelas diversas correntes do historicismo romântico e exaltada nas obras de Herder e Fichte, essa ideia de nacionalidade se fundava no espírito ou caráter peculiar de um povo, herança da raça, língua, história, que por sua vez constituem os fundamentos de uma comunidade.
Longe de se constituir em um modelo único, paradigmático na essência, a ideia de nação foi vivenciada com conteúdos diferentes por diferentes povos em diferentes épocas, no enfrentamento de problemas próprios e na realização de um destino específico. Concebida pelo nacionalismo e relacionada ao Estado territorial moderno, a nação não é uma entidade abstrata, independente da ação humana. A naturalização das nações, entendidas como "destino político inerente aos homens", inscreve-se na esfera da montagem de uma comunidade modernamente inventada, que se concretiza mediante símbolos, práticas, comportamentos e valores firmemente ancorados na vida social.
Agente da sua própria humanidade, o homem se liga a uma teia de significados, construída historicamente, e em função da qual dá forma, objetivo e direção à própria vida. Nesse sentido, percebemos o valor do universo simbólico como guia das ações humanas, uma vez que atende à necessidade de legitimação inerente ao arcabouço institucional quando este não pode ser mais mantido pela memória do indivíduo.

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