Capitalismo

O termo capitalismo, apesar de sua desinência, não corresponde a uma construção do espírito ou a um sistema teórico. Foi forjado no século XIX por socialistas franceses, como Proudhon, Pierre Leroux ou Blanqui, que assim designavam o sistema econômico e social de sua época

, um sistema que esperavam ver substituído, em um prazo mais ou menos longo, pelo “socialismo”. Notemos que nem Marx, nem Engels, jamais empregaram precisamente esse termo: eles se referiam ao “modo de produção capitalista” ou à “economia burguesa”, o que para eles significava o mesmo. Muito rapidamente, por efeito da pena dos doutrinários, esse neologismo adquiriu uma conotação pejorativa, associado como estava por eles a noções de injustiça ou de exploração, a tal ponto que os autores liberais o substituíram por expressões que, em sua maneira de pensar, eram mais neutras, como “economia de livre empresa” ou “economia de mercado”.
Foi essencialmente a partir do século XX, por influência de historiadores como Werner Sombart, na Alemanha, e Henri Hauser, na França, ou de sociólogos como Max Weber, ou ainda de economistas, entre eles Schumpeter, que o termo capitalismo adquiriu respeitabilidade acadêmica, acabando por se livrar da atmosfera polêmica que prejudicava anteriormente seu estudo e que fazia dele, segundo a expressão criada por François Perroux, uma “causa de combate”.
Porém é necessário que dediquemos alguma reflexão ao próprio termo capitalismo. Desde o século XVIII, a palavra “capitalista” designava alguém que possuía capitais financeiros e que os empregava em investimentos. O termo era de uso frequente entre os autores de língua inglesa, como Adam Smith (1723-1790), ou de língua francesa, como Turgot (1727-1781), que, a partir de 1766, designava os donos de empresas como “capitalistas empresários de cultura” (os fazendeiros) ou como “capitalistas empresários de indústria” (nome que abrangia todos aqueles que fossem proprietários de empresas não agrícolas).
Desse modo, o capitalismo era então um sistema socioeconômico que apresentava como personagem dominante a pessoa do capitalista. Essa figura era compreendida em dois sentidos: ora como o possuidor de um capital que se esforçava para investir de forma a fazê-lo crescer, ora como um empresário que decidia aplicar esses valores em sua própria indústria a fim de fazê-la prosperar. Essa definição já implicava uma distinção nítida entre os possuidores de capitais (os capitalistas) e os assalariados, que possuíam somente a força de seus braços. François Quesnay (1694-1774) já descrevia os fazendeiros como “possuidores de grandes capitais”. Depois dele, os autores que, como Adam Smith, assumiram a tarefa de descrever os recursos que levavam ao enriquecimento das nações, em outras palavras, os processos do crescimento econômico, insistiram conjuntamente sobre o papel exercido pelo capital existente e pelos meios de sua acumulação.

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