
Covid-19, parasita intracelular, um inimigo invisível. Doença causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, o vírus nos obriga a lutar sem armas.
Sentimo-nos encurralados diante de um vírus causador de infecção respiratória e da pandemia em curso, que impiedosamente ceifa vidas e faz estragos imprevisíveis no sistema de saúde e mercado financeiro mundial.
Em meio à pandemia, descobri que, para abrandar a sensação de reclusão ou isolamento social, escrever textos para discussão ao longo dos dias, mesmo sem destinatários específicos, foi uma “forma de não deixar a chama da existência apagar”
Ao todo, Covid-19: A Gramática Do Inimigo traz seis textos que trago à baila. Estão dispostos, por ordem cronológica.
O primeiro deles é sobre “Covid-19, um inimigo declarado ou um velho conhecido?”, em que me debruço um pouco sobre o termo médico ou acrônimo à luz da terminologia, lexicografia e classificação gramatical.
O segundo texto refere-se a umas das respostas do presidente Jair Bolsonaro aos repórteres que cobrem o Palácio do Planalto sob o título “A fraseologia do deboche. E daí?”.
O terceiro texto resultou de uma atenciosa leitura que fiz da Folha de São Paulo e constatar o uso frequente da preposição “ante”. Assim, fiz uma coleta das principais ocorrências com a referida preposição durante este período de pandemia e acabei gerando um texto com rico exemplário da preposição “ante”.
No quarto texto, voltei minha atenção ao calão palaciano e escrevi sobre “Palavras de baixo calão em meio à Pandemia do coronavírus”.
No mesmo ritmo de exploração de classes fechadas da língua portuguesa, surpreendeu-me que o pronome relativo “cujo”, na escrita, sobretudo em jornais de grande circulação nacional, é muito frequente nas matérias jornalísticas, especialmente em artigos de opinião. Assim, intitulei o texto sobre o relativo de “Um estudo acerca do pronome “cujo” e suas flexões no contexto de pandemia do novo coronavírus”.
O último texto denominei de “Os “coprologismos” da reunião ministerial: “porra” e seus correlatos”. Como linguista, sei que os palavrões fazem parte dos universais das comunidades linguísticas e como já bem escreveu Hélio Schwartsman (Folha de São Paulo, em 8/05/2020), “Não há idioma que não conte com um arsenal de palavras-tabu”; mas, no fundo, busquei e busco uma resposta para esta questão relacionada aos tabuísmos: afinal, por que brasileiros, governantes ou não, xingam tanto?
