Este trabalho de Waldir Freitas Oliveira, Professor Emérito da UFBA, docente de várias gerações, tem o mérito de retomar e esclarecer um assunto pouco conhecido na nossa historiografia.
Utilizando fontes secundárias e uma bibliografia de difícil acesso, assim como uma pequena iconografia, o autor, centrado na figura do Príncipe de Joinville (François D’Orléans, almirante francês – 1818-1900) desloca o leitor para a Bahia, Santa Helena e Guiné, e nos conta três episódios: um incidente em engenho do recôncavo baiano, a solene transladação de Napoleão Bonaparte para Paris, onde jaz no Les Invalides, e um encontro com Francisco Félix de Souza, o XAXÁ I.
É o enlace de três fatos históricos recontados, documentadamente, ao sabor, quem sabe, de um poema que poderia ter sido escrito pelo mestre Ascenso Ferreira: Bahia, Santa Helena e Guiné.
Tanto a história quanto a poesia nutrem-se dos fatos. A primeira recupera o acontecido, ou relata o acontecendo, a outra, que penso nasceu primeiro, na corte das musas, incendeia com seus tropos o transcendente.
Ambos, historiador e poeta, reconstituem os fatos dispersos, perdidos ou esquecidos no tempo, pois a realidade não fala de si mesmo, e, em todo caso, é preciso que alguém fale por ela.
A realidade mostra, no visível, a sua dureza.
E assim este livrinho precioso enquadra-se, perfeitamente, na presente coleção, quando além do mais é consabido que o Príncipe de Joinville, terceiro filho de Luís Felipe, rei da França, casou-se com Dona Francisca (Chicá) da família imperial brasileira, em 1843, filha de Pedro I, primeira ligação dos Orleans com os Bragança.
Como recompensa e/ou dote foi-lhe dado um pedaço do Brasil, em Santa Catarina, “grande extensão de terras cobertas de matas”. Deste presente matrimonial, o Príncipe, que viveu a maior parte da sua vida na França e Inglaterra, cedeu “nove léguas quadradas”, para a implantação de uma Colônia Dona Francisca, onde surge a vila de Joinville, com colonos alemães-suíços, alemães e franceses.
Como de tudo resta algo, ficou a toponímia Joinville, e permaneceram os traços étnicos e culturais da antiga colônia. Mas esta é outra história, e os tempos são outros.
O Príncipe De Joinville Na Bahia, Na Ilha De Santa Helena E No Golfo Da Guiné (1840-1843)
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