Filosofia Da Caixa Preta

Filosofia Da Caixa Preta parte da hipótese segundo a qual a invenção das imagens técnicas inaugurou um novo modo de ser (Pós-História).

Este é ou não é um livro sobre fotografia? Filosofia Da Caixa Preta é um livro ímpar. Não é um livro sobre a fotografia: o próprio autor esclarece em seu prefácio à primeira edição brasileira, em outubro de 1985, que toma “por pretexto o tema fotografia”.

Propõe-se sim a contribuir para o “diálogo filosófico sobre o aparelho, em função do qual vive a atualidade”.

Vilém Flusser amplia assim, na versão brasileira, o título do livro em relação à sua primeira versão, em alemão, Für eine Philosophie der Fotografie, tornando-o mais fiel ao próprio livro (que modifica e amplia para a edição brasileira). Mas conserva no subtítulo “Ensaios para uma futura filosofia da fotografia”.

As razões da mudança do título parecem evidentes em seu prefácio brasileiro. A questão central é o chamado aparelho. Porque o mundo atual vive em função do aparelho, segundo o autor. (Trata-se de uma afirmação forte, uma declaração de falência de algumas crenças e convicções arraigadas no pensamento ocidental, dentre elas a tese antropocêntrica de que é o homem e sua vontade quem conduzem a história).

Além disso o autor insere, antes do primeiro capítulo, um glossário, no qual alguns conceitos são sumariamente delimitados. Dentre eles, naturalmente, o primeiro é aparelho, como “brinquedo que simula um tipo de pensamento”.

A simplicidade da definição esconde a complexidade e o alcance do problema. “Autodeterminação e heterodeterminação” (conforme trata o mediólogo Harry Pross em seu livro Publizistik) são as questões de poder em jogo na convivência com o aparelho – ou na vivência dentro do aparelho, segundo Flusser.

Ou ainda, desde uma outra perspectiva, fala Elisabeth von Samsonow (em uma das International Flusser Lectures promovidas pelo Arquivo Flusser) de “sujeitos e objetos hipnógenos”.

O aparelho é ainda o agente contemporâneo responsável pelas “abstrações do corpo” segundo trata Dietmar Kamper (o próprio Flusser definia que ‘abstrações’ são ‘subtrações’!) em Körper-Abstraktionen.

Seriam então os aparelhos os agentes atuais da subtração do corpo! E por aí vão se abrindo as possibilidades de leitura do aparelho, tal como o apresenta Flusser de forma simples e sedutora.

Sua contribuição para o “diálogo filosófico sobre o aparelho” constrói elos e desafia importantes pensadores ou evoca e retoma tantos outros, sem nunca mencioná-los.

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Vilém Flusser amplia assim, na versão brasileira, o título do livro em relação à sua primeira versão, em alemão, Für eine Philosophie der Fotografie, tornando-o mais fiel ao próprio livro (que modifica e amplia para a edição brasileira). Mas conserva no subtítulo “Ensaios para uma futura filosofia da fotografia”.

As razões da mudança do título parecem evidentes em seu prefácio brasileiro. A questão central é o chamado aparelho. Porque o mundo atual vive em função do aparelho, segundo o autor. (Trata-se de uma afirmação forte, uma declaração de falência de algumas crenças e convicções arraigadas no pensamento ocidental, dentre elas a tese antropocêntrica de que é o homem e sua vontade quem conduzem a história).

Além disso o autor insere, antes do primeiro capítulo, um glossário, no qual alguns conceitos são sumariamente delimitados. Dentre eles, naturalmente, o primeiro é aparelho, como “brinquedo que simula um tipo de pensamento”.

A simplicidade da definição esconde a complexidade e o alcance do problema. “Autodeterminação e heterodeterminação” (conforme trata o mediólogo Harry Pross em seu livro Publizistik) são as questões de poder em jogo na convivência com o aparelho – ou na vivência dentro do aparelho, segundo Flusser.

Ou ainda, desde uma outra perspectiva, fala Elisabeth von Samsonow (em uma das International Flusser Lectures promovidas pelo Arquivo Flusser) de “sujeitos e objetos hipnógenos”.

O aparelho é ainda o agente contemporâneo responsável pelas “abstrações do corpo” segundo trata Dietmar Kamper (o próprio Flusser definia que ‘abstrações’ são ‘subtrações’!) em Körper-Abstraktionen.

Seriam então os aparelhos os agentes atuais da subtração do corpo! E por aí vão se abrindo as possibilidades de leitura do aparelho, tal como o apresenta Flusser de forma simples e sedutora.

Sua contribuição para o “diálogo filosófico sobre o aparelho” constrói elos e desafia importantes pensadores ou evoca e retoma tantos outros, sem nunca mencioná-los.

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