Palmas, A Última Capital Projetada Do Século XX

O imaginário da cidade é o prisma sobre o qual nos colocaremos para vislumbrar o horizonte que resulta neste livro e que tem como objeto a cidade de Palmas, capital do Estado do Tocantins

, baseando-se no argumento de que a ausência de tempo existente na sua composição imprimiu na cidade um imaginário pós-moderno. Palmas, desse modo, figura como um caso de transição entre a modernidade e a pós-modernidade e nos permite pensar os desdobramentos da implantação da cidade projetada no Brasil.
A cidade totalmente planificada constitui-se no exemplo mais acabado do urbanismo moderno; porém, no Brasil, esses modelos não seguiram à risca os preceitos ditados pela escola modernista internacional. A simbiose moderno/tradicional, num movimento complexo e contraditório de atualização e reiteração, colocou-nos de uma maneira distinta no contexto da pós-modernidade.
É sobre essas ideias que nos deteremos, buscando entender comparativamente, tomando especialmente o movimento Brasília–Palmas, o imaginário que apresentam.
A cidade de Palmas, com apenas dezoito anos de existência, conta com aproximadamente 160 mil habitantes, manifestando uma significativa expressão material e simbólica, embora seja marcada por uma "ausência de temporalidade", de história-memória. Isso faz que uma constante busca pelo tempo se processe artificiosa na criação de uma imagem de Palmas.
Quando essa "ausência de temporalidade" é identificada em cidades projetadas, a batalha pelos símbolos e a relação estabelecida entre imagem e imaginário urbano se intensifica, ressemantizando valores culturais e estéticos. A cidade "em busca do tempo" forja uma memória para o futuro, ao mesmo tempo que produz um denso e significativo imaginário social.
Há cidades que surgem e se constroem a partir de uma significativa duração de tempo, a partir de um processo histórico que desenha cada uma, paulatinamente, estendendo o seu traçado e as suas formas. A memória coletiva constituindo-se numa narrativa expressa-se simbolicamente nos artefatos urbanos, nas palavras dos moradores, ou seja, a construção da cidade e de sua memória ocorre nas pequenas e grandes ações, conquistas e relações entre os atores sociais e seu espaço específico. Desse modo, então, sua paisagem e tudo o que ela comporta é uma narrativa, ao mesmo tempo material e simbólica, dessa construção temporal do espaço travada por homens e mulheres que compartilham do mesmo legado.

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A cidade totalmente planificada constitui-se no exemplo mais acabado do urbanismo moderno; porém, no Brasil, esses modelos não seguiram à risca os preceitos ditados pela escola modernista internacional. A simbiose moderno/tradicional, num movimento complexo e contraditório de atualização e reiteração, colocou-nos de uma maneira distinta no contexto da pós-modernidade.
É sobre essas ideias que nos deteremos, buscando entender comparativamente, tomando especialmente o movimento Brasília–Palmas, o imaginário que apresentam.
A cidade de Palmas, com apenas dezoito anos de existência, conta com aproximadamente 160 mil habitantes, manifestando uma significativa expressão material e simbólica, embora seja marcada por uma “ausência de temporalidade”, de história-memória. Isso faz que uma constante busca pelo tempo se processe artificiosa na criação de uma imagem de Palmas.
Quando essa “ausência de temporalidade” é identificada em cidades projetadas, a batalha pelos símbolos e a relação estabelecida entre imagem e imaginário urbano se intensifica, ressemantizando valores culturais e estéticos. A cidade “em busca do tempo” forja uma memória para o futuro, ao mesmo tempo que produz um denso e significativo imaginário social.
Há cidades que surgem e se constroem a partir de uma significativa duração de tempo, a partir de um processo histórico que desenha cada uma, paulatinamente, estendendo o seu traçado e as suas formas. A memória coletiva constituindo-se numa narrativa expressa-se simbolicamente nos artefatos urbanos, nas palavras dos moradores, ou seja, a construção da cidade e de sua memória ocorre nas pequenas e grandes ações, conquistas e relações entre os atores sociais e seu espaço específico. Desse modo, então, sua paisagem e tudo o que ela comporta é uma narrativa, ao mesmo tempo material e simbólica, dessa construção temporal do espaço travada por homens e mulheres que compartilham do mesmo legado.

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