Stephen Toulmin – Os Usos Do Argumento
Tradicionalmente, tem-se afirmado que a lógica é “a ciência do argumento racional”, mas a relevância dos resultados do lógico formal para as nossas disputas cotidianas permaneceu obscura.
O caráter abstrato da lógica isola a matéria das considerações práticas. Toulmin investiga por que isto é assim, e mostra que uma concepção alternativa pode ser de valor mais geral.
Partindo de um exame dos verdadeiros procedimentos em diferentes campos de argumento – a prática, na condição de oposta à teoria -, ele revela uma variedade mais rica do que a levada em conta por qualquer sistema formal disponível.
Argumenta que a ciência do direito, em vez da matemática, deveria ser o modelo lógico na análise de procedimentos racionais, e que a lógica deveria ser um estudo comparativo e não um estudo puramente formal.
Toulmin desenvolve sua sua tese em cinco ensaios. No primeiro discute a variedade de alegações e argumentos que fazemos e como mudar a forma de um enunciado, alegações e argumentos mostram uma riqueza e formas e aspectos que revelam ao terem seus campos de aplicação alterados. No segundo ensaio trabalha com o conceito de probabilidade.
Seu terceiro ensaio chega a questão de como expor e analisar argumentos. A maior originalidade de Toulmin se mostra. Ele não divide os argumentos em dedutivos indutivos, pois essas denominações não distinguem o que é crucial para cada e seus diferentes modos
No quarto ensaio busca a origem desse prestígio que os argumentos analíticos, que não apresentam um “salto” obtiveram na história da lógica e sua influência em todos os campos do conhecimento que a lógica pervade. O modelo matemático, que não envolve descoberta mas “percepção” do que já estava é inadequado para pesquisas científicas, ou éticas onde uma estrutura argumentativa, o Modelo de Toulmin, oferece justificações que não se permitem na linha da analiticidade.
No último ensaio as consequências para a epistemologia a qual ficou encarregada de resolver a lacuna lógica a qual os argumentos analíticos não suprem em questões substanciais, mas que existem.
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