Esta é a história de uma menina guarani-kaiowá que vive com sua família à beira de uma rodovia no Mato Grosso do Sul e de seu avô doente de hanseníase. Ela se destina a jovens que gostam de ouvir e contar histórias.
A ideia surgiu durante a organização do 12º Congresso da Rede UNIDA e do Seminário Rotas Críticas VII, quando ficamos sabendo que o Museu do Médico em Campo Grande estava trabalhando com o tema hanseníase.
Criamos, então, esta história pautada na realidade do povo guarani-kaiowá, que agora estamos partilhando com você. Ela é dura na medida em que se compromete a mostrar a luta pela terra e as iniquidades que historicamente os indígenas sofrem no Brasil, mas pretende alavancar potência para mudar e para o resguardo da memória coletiva dos povos originários de nossa terra.
Esta história de uma menina de etnia indígena que vamos contar para vocês é para mostrar como ainda temos muitos preconceitos em relação às pessoas que nos parecem diferentes.
O preconceito é uma ideia pré-fabricada, que temos na cabeça mesmo antes de saber como é a realidade. É um pensamento pronto como um chip de celular plantado no cérebro de uma pessoa.
O preconceito funciona como uma viseira, destas que se coloca no cavalo quando puxa carroça, que serve somente para ele olhar o que está a sua frente. O preconceito impede que a gente conheça pessoas legais, que se aprenda com a cultura dos outros e fique mais rico com essas experiências e amizades.
Então, vamos lá a contar uma história de doença e de saúde do povo guarani-kaiowá e do centro do Brasil, de uma indiazinha que sabia das coisas e de como o preconceito é uma viseira que só serve para mostrar o quão medrosos estamos…