Ensaio Sobre A Casa Brasileira Do Século XIX

Os livros sobre casas encontrados em nossas livrarias são geralmente os centrados nos exemplos de arquitetura destacada, quase objetos de arte, admirados pela beleza, exotismo ou como valorização de passado nobre

– ‘table books’, para serem exibidos, vistos e não lidos.
Casas construídas com projetos de arquitetos famosos, obras dos nomes referenciais de padrões arquitetônicos de vanguarda; casas remanescentes de eras lembradas como de apogeu econômico, como os solares de São Luiz do Maranhão e os das cidades das regiões mineradoras; casas de fazenda de regiões que tiveram destaque econômico, como o Vale do Paraíba. Para localizar obras de conteúdo sobre casas e formas de morar só através das bibliotecas, nos estudos especializados.
Mas e as casas em que as pessoas comuns – mesmo as de maior poder aquisitivo, mas sem capital econômico ou cultural para contratar um arquiteto renomado, as trabalhadoras e as pobres ou miseráveis viviam? Como eram? Que padrões arquitetônicos seguiam? Que programas de uso existiram?
A história urbana não responde as nossas questões, talvez porque até o momento não tenham sido objeto de atenção. Afinal, nossas casas comuns na história urbana são como a descrita por Vinicius de Morais.
O livro de Solange de Aragão traz uma contribuição relevante aos estudos sobre a tipologia das casas brasileiras nos anos oitocentos. Poucos pesquisadores brasileiros estudaram as
moradas, mas os que o fizeram, fixaram-se sempre em alguns locais e épocas determinadas.
A pesquisa realizada pela autora foi muito ampla e generosa na perspectiva: escrutinou as cidades do litoral e as do interior do país que existiam e/ou surgiram nos cem anos dos oitocentos, através de leitura sistemática de obras de viajantes, dos jornais de época, das diversas formas que a iconografia assumiu no transcurso do século, a partir de leitura de uma das obras clássicas de Gilberto Freyre, Sobrados e Mucambos. Explorou todas as obras do referido autor que mencionaram casas, melhor dizendo, moradas. E ampliou o escopo, abrangendo as construções das cidades não estudadas por ele e das não-litorâneas.

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Os livros sobre casas encontrados em nossas livrarias são geralmente os centrados nos exemplos de arquitetura destacada, quase objetos de arte, admirados pela beleza, exotismo ou como valorização de passado nobre – ‘table books’, para serem exibidos, vistos e não lidos.
Casas construídas com projetos de arquitetos famosos, obras dos nomes referenciais de padrões arquitetônicos de vanguarda; casas remanescentes de eras lembradas como de apogeu econômico, como os solares de São Luiz do Maranhão e os das cidades das regiões mineradoras; casas de fazenda de regiões que tiveram destaque econômico, como o Vale do Paraíba. Para localizar obras de conteúdo sobre casas e formas de morar só através das bibliotecas, nos estudos especializados.
Mas e as casas em que as pessoas comuns – mesmo as de maior poder aquisitivo, mas sem capital econômico ou cultural para contratar um arquiteto renomado, as trabalhadoras e as pobres ou miseráveis viviam? Como eram? Que padrões arquitetônicos seguiam? Que programas de uso existiram?
A história urbana não responde as nossas questões, talvez porque até o momento não tenham sido objeto de atenção. Afinal, nossas casas comuns na história urbana são como a descrita por Vinicius de Morais.
O livro de Solange de Aragão traz uma contribuição relevante aos estudos sobre a tipologia das casas brasileiras nos anos oitocentos. Poucos pesquisadores brasileiros estudaram as
moradas, mas os que o fizeram, fixaram-se sempre em alguns locais e épocas determinadas.
A pesquisa realizada pela autora foi muito ampla e generosa na perspectiva: escrutinou as cidades do litoral e as do interior do país que existiam e/ou surgiram nos cem anos dos oitocentos, através de leitura sistemática de obras de viajantes, dos jornais de época, das diversas formas que a iconografia assumiu no transcurso do século, a partir de leitura de uma das obras clássicas de Gilberto Freyre, Sobrados e Mucambos. Explorou todas as obras do referido autor que mencionaram casas, melhor dizendo, moradas. E ampliou o escopo, abrangendo as construções das cidades não estudadas por ele e das não-litorâneas.

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