Mulheres E Caça Às Bruxas

Mulheres E Caça Às Bruxas retoma e atualiza temas já abordados em sua pesquisa sobre a relação entre esse tipo de perseguição e o patriarcado.

Por que voltar a falar, hoje, sobre caça às bruxas? Em Mulheres E Caça Às Bruxas, Silvia Federici revisita os principais temas de um trabalho anterior, Calibã E A Bruxa, e nos brinda com um livro que apresenta as raízes históricas dessas perseguições, que tiveram como alvo principalmente as mulheres.

Federici estrutura sua análise a partir do processo de cercamento e privatização de terras comunais e, examinando o ambiente e as motivações que produziram as primeiras acusações de bruxarias na Europa, relaciona essa forma de violência à ordem econômica e argumenta que marcas desse processo foram deixadas também nos valores sociais, por exemplo, no controle da sexualidade feminina e na representação negativa das mulheres na linguagem.

A partir desse debate, a autora nos mostra como as acusações e a punição de 'bruxas' se repete na atualidade, especialmente em países como Congo, Quênia, Gana e Nigéria, na África, e Índia.

Silvia Federici é um nome de impacto em debates sobre as lutas das mulheres pelo mundo, e seus argumentos, que trazem à tona elementos históricos de opressão, impulsionam a reação e a revolta de movimentos feministas atuais.

Mulheres E Caça Às Bruxas, obra mais recente da autora, retoma e atualiza temas já abordados em sua pesquisa sobre a relação entre esse tipo de perseguição e o patriarcado e ressalta que a caça às bruxas precisa ser conhecida como fenômeno histórico – do passado e do presente; mulheres são perseguidas, torturadas, aprisionadas e assassinadas hoje como resultado direto ou indireto de práticas que ditam sua função e aquele que seria seu papel apropriado no sistema capitalista e patriarcal.

Assim, é preciso compreender as condições que permitem, favorecem e implicam a sujeição das mulheres em diversas sociedades. Se o campo moral, dominado ideologicamente pelo machismo, influencia o imaginário daqueles que condenam as mulheres, deve-se ter em mente que ele também possibilita que a perseguição extrapole atos simbólicos e individuais e se revele enquanto violência sistêmica. É por isso que uma análise do processo de privatização das terras, da colonização (e seus desdobramentos raciais atuais) e de temas como os ajustes estruturais capitalistas se faz necessária para superar uma visão mítica das figuras da bruxa, do caçador e da mulher.

Os capítulos de Mulheres E Caça Às Bruxas introduzem também discussões incipientes de Federici – um deles trata do termo “gossip” [fofoca] e da suposta nocividade da expressão feminina. Mesmo que mulheres tenham mais voz hoje, nem sempre suas vozes ecoam. Barreiras são impostas pelo machismo nos espaços de luta, ao mesmo tempo que o conservadorismo político se levanta contra o feminismo. Parte do esforço da mulher está em ser ouvida, em não ser silenciada.

A resistência é coletiva e atual. Não somos apenas “as netas das bruxas que vocês não conseguiram queimar”. As perseguições ainda existem. E este livro é essencial para compreender isso. A obra de Silvia Federici, militante internacional dos movimentos feministas, tem como objetivo informar a luta necessária para abolir de vez as práticas opressoras.

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Por que voltar a falar, hoje, sobre caça às bruxas? Em Mulheres E Caça Às Bruxas, Silvia Federici revisita os principais temas de um trabalho anterior, Calibã E A Bruxa, e nos brinda com um livro que apresenta as raízes históricas dessas perseguições, que tiveram como alvo principalmente as mulheres.

Federici estrutura sua análise a partir do processo de cercamento e privatização de terras comunais e, examinando o ambiente e as motivações que produziram as primeiras acusações de bruxarias na Europa, relaciona essa forma de violência à ordem econômica e argumenta que marcas desse processo foram deixadas também nos valores sociais, por exemplo, no controle da sexualidade feminina e na representação negativa das mulheres na linguagem.

A partir desse debate, a autora nos mostra como as acusações e a punição de ‘bruxas’ se repete na atualidade, especialmente em países como Congo, Quênia, Gana e Nigéria, na África, e Índia.

Silvia Federici é um nome de impacto em debates sobre as lutas das mulheres pelo mundo, e seus argumentos, que trazem à tona elementos históricos de opressão, impulsionam a reação e a revolta de movimentos feministas atuais.

Mulheres E Caça Às Bruxas, obra mais recente da autora, retoma e atualiza temas já abordados em sua pesquisa sobre a relação entre esse tipo de perseguição e o patriarcado e ressalta que a caça às bruxas precisa ser conhecida como fenômeno histórico – do passado e do presente; mulheres são perseguidas, torturadas, aprisionadas e assassinadas hoje como resultado direto ou indireto de práticas que ditam sua função e aquele que seria seu papel apropriado no sistema capitalista e patriarcal.

Assim, é preciso compreender as condições que permitem, favorecem e implicam a sujeição das mulheres em diversas sociedades. Se o campo moral, dominado ideologicamente pelo machismo, influencia o imaginário daqueles que condenam as mulheres, deve-se ter em mente que ele também possibilita que a perseguição extrapole atos simbólicos e individuais e se revele enquanto violência sistêmica. É por isso que uma análise do processo de privatização das terras, da colonização (e seus desdobramentos raciais atuais) e de temas como os ajustes estruturais capitalistas se faz necessária para superar uma visão mítica das figuras da bruxa, do caçador e da mulher.

Os capítulos de Mulheres E Caça Às Bruxas introduzem também discussões incipientes de Federici – um deles trata do termo “gossip” [fofoca] e da suposta nocividade da expressão feminina. Mesmo que mulheres tenham mais voz hoje, nem sempre suas vozes ecoam. Barreiras são impostas pelo machismo nos espaços de luta, ao mesmo tempo que o conservadorismo político se levanta contra o feminismo. Parte do esforço da mulher está em ser ouvida, em não ser silenciada.

A resistência é coletiva e atual. Não somos apenas “as netas das bruxas que vocês não conseguiram queimar”. As perseguições ainda existem. E este livro é essencial para compreender isso. A obra de Silvia Federici, militante internacional dos movimentos feministas, tem como objetivo informar a luta necessária para abolir de vez as práticas opressoras.

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