Os fundamentos de teoria do conhecimento de Agostinho aparecem em De Magistro como um tratado pedagógico, na forma de colóquio pelo qual o pai Aurélio Agostinho, aclara a seu filho Adeodato que, somente no mundo divino poderia existir a perfeição do ser e a luz do verdadeiro conhecimento. Último diálogo filosófico de Agostinho, redigido após a morte prematura do filho, que então contava com dezesseis anos, mostra a dependência recíproca da palavra e do pensamento, ao tratar da questão da linguagem na comunicação entre os homens, contudo, conceitua principalmente aspectos pedagógicos ligados a linguagem do pensamento interior.
No diálogo, o pai, professor de retórica durante a juventude, enceta uma análise ampla que envolve a linguagem e o signo, o significado dos signos, as palavras como signos e, os objetivos da linguagem, todos evidenciados na gramática e na semântica. Para tanto, o retor parte do inferior para o superior, do exterior para o interior e, nesta interioridade antevê o encontro com o verdadeiro Mestre, o único a ensinar a verdade das coisas.
Agostinho, no diálogo, partiu de um argumento retirado do Mito de Er, o qual serve a Platão para explanar sua Teoria da Reminiscência, que pressupõe um saber inato, do qual o conhecer se dá no rememorar; a conhecida anamnese platônica.
Agostinho concorda parcialmente com a reminiscência platônica ao admitir que as verdades não sejam transmitidas, mas rememorizadas.
Antonio A. Minghetti é doutorando em Filosofia pela PUC – RS; Mestre em Teorias, História e Crítica da Tradução pela UFSC – SC; Mestrando Interdisciplinar em Saúde Coletiva, Tecnologia e Educação pela UNIFOA – RJ; Especializado em Educação pela UNIPLAC – SC; Bacharel em Música Erudita pela FASC – SP; Bacharel em Filosofia pela UNISUL – SC; Pesquisador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Medievais – Meridianum da UFSC e, do Grupo de Estudos em Teologia, Filosofia e Religião da PUC RS; Professor colaborador do INEP.