
No conjunto do movimento social, a luta dos trabalhadores dos Vales do Acre e Purus foi muito especial. Ali, diferente do ocorrido no Vale do Juruá, o processo de organização econômica foi marcante, sendo no seio dessas contradições que os novos ares da Teologia da Libertação encontraram eco.
É fato afirmar que na década de 1960, fatores ocorridos no âmbito da sociedade, da política, economia e na própria religião tiveram um papel decisivo para que a igreja católica intencionasse reavaliar suas ações e práticas tradicionais, buscando por meio de um debate interno seus novos caminhos, numa conjuntura de crises e mudanças profundas.
Este trabalho se volta a uma análise da relação da luta dos trabalhadores e a contribuição da igreja católica nos Vales do Acre e Purus.
O trabalho se encontra estruturado em cinco capítulos. No primeiro, intitulado Espaço amazônico: ocupação e desdobramentos, buscou-se reconstituir, com base na literatura existente, a constituição da empresa extrativista no Acre, suas crises e consequentes falências.
No segundo capítulo, Governos militares: a geopolítica de ocupação, procurou-se discorrer sobre a estratégia geopolítica de ocupação dos militares para a Amazônia e particularmente, para o Acre.
O terceiro capítulo, chamado de O Acre no contexto da expansão capitalista, visou resgatar o processo recente de ocupação das terras do Acre por capitalistas do Centro-Sul e suas consequências de ordem social e econômica para a região.
No quarto capítulo – A presença da Igreja Católica nos Vales do Acre e Purus – procurou-se recuperar seu histórico inserido na diversidade cultural e sócio-política do sistema de aviamento e posteriormente, no recém contexto da chamada “Operação Amazônica”.
No quinto capítulo, sobre a Luta e resistência pela terra e a nova Pastoral da Igreja Católica – 1970-1980, buscou-se apresentar a organização e a resistência dos seringueiros e o papel desempenhado pela Igreja Católica nessa luta pela defesa da terra.
