
O trabalho em equipe, sobretudo aquele que é feito de maneira interdisciplinar, traz sempre muitas possibilidades de edição, leituras e de aprofundamento de temas. O historiador Daniel Roche registrou no prefácio de seu livro O Povo de Paris a admiração e os agradecimentos a sua equipe de pesquisadores, alunos de graduação, pós-graduação, professores e colegas, reconhecendo que, sem a participação deles, a conclusão do livro teria sido impossível.
Enfatizo, em um adendo a este agradecimento feito por Roche, que os estudos que incorporam a leitura, o ensino, o letramento, o impresso e os impressos em geral não podem se aprofundar sem que haja um diálogo entre eles para torná-los um trabalho conjunto, um projeto em equipe.
Rodrigo Fialho, historiador e professor, liderando um grupo de pesquisa denominado (GRpesq/CNPq) Do texto ao contexto: ensino, política e imprensa e vinculado à Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG (Unidade Leopoldina) segue por esta mesma trilha, ao compartilhar textos neste livro, no qual sistematiza as pesquisas de todo seu grupo, abrangendo alunos, professores, e colegas.
Com atuação nas áreas de História, Literatura e Educação, o livro Do Texto Ao Contexto: História, Literatura E Educação sintetiza o desdobramento de trabalhos realizados dentro desta linha de pesquisa. Apresenta diversas análises, abordagens e reflexões, em uma temporalidade não linear, relativas aos principais pontos temáticos estudados em pesquisas que se consolidaram em debates e seminários realizados em conjunto.
À medida que apresentam e aprofundam, nos quinze capítulos do livro, as pesquisas, desvendam-se os interesses diversos e aproximados que permitem perceber a interlocução do grupo e a divulgação tão necessária da sua produção científica.
A edição e leitura de estudos publicados a partir de grupos como este demonstram atividades que se desenrolam em ambientes universitários, fora dos centros como Rio de Janeiro e São Paulo, a ampliação de sua recepção, dando maior significado aos escritos de caráter histórico, literário e de ensino, no Brasil. Em trabalhos recentes, delineia-se esta tendência na qual se configuram as escolhas mais comuns sobre literatura, filosofia, política, história e educação em seu amplo espectro.
