Existem ou existiram cidades barrocas? Essa é questão basilar que o presente livro pretende responder.
Para isso, o autor desenvolve uma investigação que tem como fundamento a averiguação da hipótese que assegura que o mesmo espírito que tomaria de assalto o mundo ocidental em todo o século XVII e na maior parte do século XVIII, contaminando a arte, a arquitetura, a literatura, a música, o teatro, teria igualmente alcançado a configuração visiva das cidades.
Apontando para a atualidade do estudo crítico da História da Arquitetura, constrói-se a narrativa passando pelo sentido da “Urbanística Barroca”, na França e em Roma, e, posteriormente, frente às grandes contribuições dos mestres do Barroco italiano, discutindo o fenômeno da cidade barroca através da leitura do espaço e suas relações com os monumentos que compõem o drama barroco.
A Cidade Barroca Na Europa E América Ibérica também aborda de maneira diferenciada como o fenômeno da cidade barroca se manifestou na produção da cidade brasileira setecentista, analisando particularmente Ouro Preto e, na América Hispânica, a cidade de Cusco, com todas as suas similaridades e diversidades.
A Cidade Barroca Na Europa E América Ibérica nos pontua, primeiramente, uma reflexão básica: se a história pura nos serve, principalmente, como suporte de análise dos fenômenos do passado sob uma ótica crítica, dentro de um contexto sociopolítico, econômico e cultural, o estudo da História da Arquitetura (seja na produção de edifícios ou cidades) se estrutura sob uma natureza diferente que reside em sua “dimensão intelectual” e retrata o processo de materialização de uma ideia, dimensão essa que se revela elemento constante na atividade do arquiteto, e que a obra aqui apresentada destaca, e nos dá tantas mostras da sua aplicação na dimensão projetual.
O ineditismo de A Cidade Barroca Na Europa E América Ibérica aponta para a atualidade da investigação bem como para a do estudo crítico da História da Arquitetura, sempre essenciais, ao contrário do que muitos pensam, pois é de sua natureza permitir novas e constantes reflexões, como aqui nos mostra Baeta em muitas das suas observações sobre a cidade barroca, e que certamente também não tem como objetivo encerrar a questão colocada.