Os capítulos aqui reunidos constituem as contribuições das conferências e mesas apresentadas na XII Semana de Relações Internacionais da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, tendo como tema “Visões do Sul: Crise e Transformações no Sistema Internacional”, ocorrida em Franca entre 11 e 15 de agosto de 2014. Muito mais que uma metáfora ou uma busca de escapar aos temas tradicionais que focam em perspectivas eurocêntricas e do Norte no campo internacionalista, a proposta deste livro tem um sentido mais amplo ao buscar focar os Estados meridionais da política internacional.
Assim como os países do Norte, os países do Sul são vulneráveis a variáveis históricas, sociais, econômicas e culturais, cuja relevância deve ser levada em conta pelos atores oficiais responsáveis pela formulação da política exterior. Eles podem pertencer a uma comunidade epistêmica ou são assessorados por uma delas, em possíveis ligações entre academia e os operadores de política externa, de onde emergem vínculos entretecidos entre a teoria e a prática, entre a formulação e aplicação. Esses compromissos permanecem encobertos sob o espesso véu do pragmatismo que habitualmente reivindicam os operadores.
Entender a política externa destas novas potências emergentes e de demais países do Sul é uma importante contribuição para o ainda pouco explorado campo de análise comparada de políticas externas. Percebe-se que as decisões em Política Externa não são mecânicas. Elas são resultantes de vários fatores externos, bem como fruto de uma percepção da realidade remetida à avaliação da memória histórica de um país. Elas dependem da análise da realidade interna/externa, da compatibilização das realidades domésticas com as possibilidades internacionais. Destarte, as decisões em Política Externa dependem de fatores internos ao Estado, bem como forças externas que condicionam não só as metas fixadas, mas também os objetivos planejados. Nem todas as pressões exercidas sobre o elegível ou sobre o atingível provêm do mesmo meio: algumas são inerentes ao meio político ou econômico do Estado-nação.
Em política externa, deve-se levar em conta as variáveis estruturais e conjunturais.
Acrescente-se a isso o exame do sistema de poder em que se situa o Estado-nação, assim como as conjunturas políticas internas e externas; a saber, o processo imediato de decisões no centro hegemônico – ainda que se defenda a interdependência –, bem como nos países dependentes.
Visões Do Sul: Crise E Transformações Do Sistema internacional Vol. I
- Ciências Sociais, Relações Internacionais
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