Guerra Justa, Guerra Santa

Roberto De Mattei - Guerra Justa, Guerra Santa: Ensaio Sobre As Cruzadas, A Jihad islâmica E A Tolerância Moderna

Os ataques de 11 de Setembro de 2001 às torres gêmeas de Manhattan e ao Pentágono marcaram de modo dramático o século que se inicia.

O fantasma da guerra reapareceu no horizonte, descobrindo perspectivas que pareciam definitivamente ultrapassadas: as hipóteses delineadas são as de uma guerra global, que se serve dos instrumentos tecnológicos mais sofisticados e das armas de destruição mais ferozes.

Ergue-se o cenário de uma guerra religiosa, política e cultural: um "choque de civilizações", segundo a expressão de alguns estudiosos, que desmente categoricamente a tese do "fim das ideologias" e da paz perpétua sobre a terra.


No entanto, o termo "choque de civilizações" não agrada ao stablishment político e mediático. Joga-se com um equívoco, que consiste em fazer crer que quem fala de "choque de civilizações" é quem o deseja, e quem afasta estes conceitos da sua linguagem também os afasta da realidade.

Contudo, a existência do conflito é independente dos nossos sentimentos. Seria bom poder evitar a guerra , renunciando chamar inimigo a quem nos agride; é mais frequente que a guerra nos seja declarada do que sejamos nós a escolher o inimigo.

Quando se está em guerra, é importante delimitar os campos, conhecer o inimigo, saber quais são os valores e as realidades que se pretende defender. É necessária, em suma, uma reflexão sobre a nossa weltanschauung, sobre a nossa visão do mundo e sobre a nossa escala de valores.

Esta reflexão, embora indispensável, não constitui, todavia, o tema de fundo deste estudo. As páginas que se seguem pressupõem, com efeito, uma opção já feita a favor da civilização ocidental, em torno da qual pode realizar-se a única paz verdadeira que é a "tranquilidade da ordem" definida pela tradição cristã.

O que nos interessa aqui, mais do que o problema da paz é o da sua defesa, ou seja, o da licitude da guerra contra o inimigo que agride o Ocidente com o fim de instaurar uma ordem moral e social radicalmente oposta à sua tradição e à sua história.

O problema da legitimidade da guerra e do seu valor moral tem uma importância fundamental num tipo de conflitos como os que caracterizam a época pós-moderna, na qual as operações bélicas se subordinam às operações psicológicas e mediáticas e o combatente por excelência, mais do que um militar de carreira, passou a ser o opinion maker, o analista mediático, o líder religioso, e o desarmamento psicológico constitui a primeira condição da derrota do adversário.

O "rearmamento moral" pressupõe, pelo contrário, que o combatente esteja convicto de militar por uma causa justa e, mais ainda, esteja convicto da existência, em determinadas condições, de "guerras justas" nas quais vale a pena combater.

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Roberto De Mattei – Guerra Justa, Guerra Santa: Ensaio Sobre As Cruzadas, A Jihad islâmica E A Tolerância Moderna

Os ataques de 11 de Setembro de 2001 às torres gêmeas de Manhattan e ao Pentágono marcaram de modo dramático o século que se inicia.

O fantasma da guerra reapareceu no horizonte, descobrindo perspectivas que pareciam definitivamente ultrapassadas: as hipóteses delineadas são as de uma guerra global, que se serve dos instrumentos tecnológicos mais sofisticados e das armas de destruição mais ferozes.

Ergue-se o cenário de uma guerra religiosa, política e cultural: um “choque de civilizações”, segundo a expressão de alguns estudiosos, que desmente categoricamente a tese do “fim das ideologias” e da paz perpétua sobre a terra.
No entanto, o termo “choque de civilizações” não agrada ao stablishment político e mediático. Joga-se com um equívoco, que consiste em fazer crer que quem fala de “choque de civilizações” é quem o deseja, e quem afasta estes conceitos da sua linguagem também os afasta da realidade.

Contudo, a existência do conflito é independente dos nossos sentimentos. Seria bom poder evitar a guerra , renunciando chamar inimigo a quem nos agride; é mais frequente que a guerra nos seja declarada do que sejamos nós a escolher o inimigo.

Quando se está em guerra, é importante delimitar os campos, conhecer o inimigo, saber quais são os valores e as realidades que se pretende defender. É necessária, em suma, uma reflexão sobre a nossa weltanschauung, sobre a nossa visão do mundo e sobre a nossa escala de valores.

Esta reflexão, embora indispensável, não constitui, todavia, o tema de fundo deste estudo. As páginas que se seguem pressupõem, com efeito, uma opção já feita a favor da civilização ocidental, em torno da qual pode realizar-se a única paz verdadeira que é a “tranquilidade da ordem” definida pela tradição cristã.

O que nos interessa aqui, mais do que o problema da paz é o da sua defesa, ou seja, o da licitude da guerra contra o inimigo que agride o Ocidente com o fim de instaurar uma ordem moral e social radicalmente oposta à sua tradição e à sua história.

O problema da legitimidade da guerra e do seu valor moral tem uma importância fundamental num tipo de conflitos como os que caracterizam a época pós-moderna, na qual as operações bélicas se subordinam às operações psicológicas e mediáticas e o combatente por excelência, mais do que um militar de carreira, passou a ser o opinion maker, o analista mediático, o líder religioso, e o desarmamento psicológico constitui a primeira condição da derrota do adversário.

O “rearmamento moral” pressupõe, pelo contrário, que o combatente esteja convicto de militar por uma causa justa e, mais ainda, esteja convicto da existência, em determinadas condições, de “guerras justas” nas quais vale a pena combater.

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