Cheguei Bem A Tempo De Ver O Palco Desabar

Você pode ler este livro como um romance sobre um menino do interior que vive o sonho de escrever sobre rock. O cenário é o Brasil redemocratizado, globalizado, jovem e esperançoso dos anos 1990 e 2000. Os últimos anos em que acreditávamos que uma canção podia mudar o mundo.


Mas também pode ler como um retrato da música pop produzida por Raimundos, Skank, Chico Science & Nação Zumbi, Charlie Brown Jr., Planet Hemp, Mamonas Assassinas e tantos outros – uma geração que ganha significado histórico a cada ano que passa. Um retrato reflexivo, emocionante, apaixonado e saboroso feito por quem estava lá, nos shows, nos estúdios, nos bastidores, e conta tudo pela primeira vez.
Jundiaí fica a 57 quilômetros e mil anos-luz de São Paulo. Jundiaí fica no interior, no presente, no previsível. São Paulo fica no mundo, no futuro, no caos. Ricardo Alexandre se define como “filho do operariado jundiaiense”. Viveu pouco em São Paulo, de 1997 a 2004. No Ipiranga, o mais longe possível da vida noturna. Voltou para Jundiaí e de lá não sai. Vive no mundo, sem abrir mão do interior. É outsider assumido.
Também decidiu viver no rock, sem abrir mão da fé. Rock é tentação e contestação. É conflito — de gerações, classes, etnias, preferências sexuais, estilos de vida. Por isso que o rock nunca foi fenômeno de massas no Brasil. Pop é por definição a favor, rock é por princípio contra. Nasceu da revolta de caipiras americanos, brancos e negros, contra as regras da roça e as leis do pastor, pela liberdade carnal, material, existencial. O diabo é, literalmente, o pai do rock.
“O cristianismo”, prega Ricardo Alexandre em um dos capítulos mais ambiciosos deste livro, “é a contracultura que o rock não conseguiu ser”. Ouve em acordes distorcidos a voz dos anjos. Eu, o fogo do inferno. Rejeitei a mão invisível que nos guia e protege aos 14 anos, justamente a idade em que ele descobriu seu caminho ao divino. Chapeiro em uma cantina escolar, sem nada para fazer nas longas horas entre os intervalos frenéticos tostando mistos-quentes, Ricardo ouvia rock, e lia sobre Jesus. Não parou nunca mais.

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Mas também pode ler como um retrato da música pop produzida por Raimundos, Skank, Chico Science & Nação Zumbi, Charlie Brown Jr., Planet Hemp, Mamonas Assassinas e tantos outros – uma geração que ganha significado histórico a cada ano que passa. Um retrato reflexivo, emocionante, apaixonado e saboroso feito por quem estava lá, nos shows, nos estúdios, nos bastidores, e conta tudo pela primeira vez.
Jundiaí fica a 57 quilômetros e mil anos-luz de São Paulo. Jundiaí fica no interior, no presente, no previsível. São Paulo fica no mundo, no futuro, no caos. Ricardo Alexandre se define como “filho do operariado jundiaiense”. Viveu pouco em São Paulo, de 1997 a 2004. No Ipiranga, o mais longe possível da vida noturna. Voltou para Jundiaí e de lá não sai. Vive no mundo, sem abrir mão do interior. É outsider assumido.
Também decidiu viver no rock, sem abrir mão da fé. Rock é tentação e contestação. É conflito — de gerações, classes, etnias, preferências sexuais, estilos de vida. Por isso que o rock nunca foi fenômeno de massas no Brasil. Pop é por definição a favor, rock é por princípio contra. Nasceu da revolta de caipiras americanos, brancos e negros, contra as regras da roça e as leis do pastor, pela liberdade carnal, material, existencial. O diabo é, literalmente, o pai do rock.
“O cristianismo”, prega Ricardo Alexandre em um dos capítulos mais ambiciosos deste livro, “é a contracultura que o rock não conseguiu ser”. Ouve em acordes distorcidos a voz dos anjos. Eu, o fogo do inferno. Rejeitei a mão invisível que nos guia e protege aos 14 anos, justamente a idade em que ele descobriu seu caminho ao divino. Chapeiro em uma cantina escolar, sem nada para fazer nas longas horas entre os intervalos frenéticos tostando mistos-quentes, Ricardo ouvia rock, e lia sobre Jesus. Não parou nunca mais.

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