Marx, Ricardo E Smith

A leitura atenta dos capítulos organizados no livro Marx, Ricardo E Smith nos revela uma abordagem inovadora e por isso mesmo provocativa.

Este é um livro que foge ao lugar comum da maioria das análises marxistas brasileiras por duas principais características: independência investigativa diante de produções congêneres disponíveis sobre a teoria do valor trabalho, tratada pelos três clássicos que compõem o título da obra, e postura crítica, inclusive diante da sua referência máxima e paradigmática – Marx.

Escrito numa linguagem acessível, este livro atualiza a melhor tradição da crítica da economia política que animou o debate clássico.

A leitura atenta dos capítulos organizados no livro Marx, Ricardo E Smith nos revela uma abordagem inovadora e por isso mesmo provocativa.

Mesmo não se tratando de um texto didático, como o autor procura deixar nítido logo no início de sua apresentação, seu conteúdo apresenta as raízes de um debate convenientemente abandonado, especialmente no interior da maioria dos cursos de graduação e de pós-graduação que tratam da determinação, da magnitude e das formas do valor.

Pode não ser considerado um texto didático, mas, certamente, procura traduzir numa linguagem mais acessível as agruras de uma discussão muito calorosa em alguns seletos circuitos de enfrentamento teórico sobre a anatomia das sociedades regidas pela lei do valor.

O livro inicia apresentando o que o autor considera as principais referências categoriais para o entendimento da leitura ricardiana sobre a obra de Marx.

Em especial, o Capítulo 1 procura adiantar as razões pelas quais as perspectivas ricardianas levam ao equívoco de considerar os estudos de Marx como se fossem uma explicação do valor em busca de sua coincidência com as normas de intercâmbio (a efetiva proporção com que as mercadorias se trocam no mercado concreto): ou seja, o valor confundindo-se com preço de mercado, ou, ainda, que a Teoria do Valor de Marx seria uma simples agregação de minuciosidades em torno da teoria de Ricardo.

O autor foca sua crítica a essas visões de cunho ricardiano sobre a teoria de Marx a partir de três aspectos: “[…] a particular forma como Ricardo concebe as categorias de riqueza, excedente de valor; a relação que existe entre os conceitos de valor e riqueza; e o papel do trabalho na teoria ricardiana do valor”.

Para ele, na verdade, Ricardo conceitua a riqueza de forma bastante elementar, concebendo-a como por um conjunto físico e heterogêneo de bens úteis, mesmo depois dos avanços obtidos por Smith década atrás, o qual revelou a riqueza como uma relação social de domínio sobre o trabalho alheio.

Com isso, ao contrário de avançar a partir das teses smithianas, Ricardo teria retardado o desenvolvimento da teoria do valor, concebendo o excedente econômico em sua materialidade física.

Quanto ao papel do trabalho, parte da teoria ricardiana posterior a Ricardo acabaria relegando-o à definição do coeficiente técnico da quantidade de bens de consumo necessários, como insumos, à produção de mercadorias, uma vez que existe a necessidade de alguma quantidade de trabalhadores para que a produção se realize.

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A leitura atenta dos capítulos organizados no livro Marx, Ricardo E Smith nos revela uma abordagem inovadora e por isso mesmo provocativa.

Este é um livro que foge ao lugar comum da maioria das análises marxistas brasileiras por duas principais características: independência investigativa diante de produções congêneres disponíveis sobre a teoria do valor trabalho, tratada pelos três clássicos que compõem o título da obra, e postura crítica, inclusive diante da sua referência máxima e paradigmática – Marx.

Escrito numa linguagem acessível, este livro atualiza a melhor tradição da crítica da economia política que animou o debate clássico.

A leitura atenta dos capítulos organizados no livro Marx, Ricardo E Smith nos revela uma abordagem inovadora e por isso mesmo provocativa.

Mesmo não se tratando de um texto didático, como o autor procura deixar nítido logo no início de sua apresentação, seu conteúdo apresenta as raízes de um debate convenientemente abandonado, especialmente no interior da maioria dos cursos de graduação e de pós-graduação que tratam da determinação, da magnitude e das formas do valor.

Pode não ser considerado um texto didático, mas, certamente, procura traduzir numa linguagem mais acessível as agruras de uma discussão muito calorosa em alguns seletos circuitos de enfrentamento teórico sobre a anatomia das sociedades regidas pela lei do valor.

O livro inicia apresentando o que o autor considera as principais referências categoriais para o entendimento da leitura ricardiana sobre a obra de Marx.

Em especial, o Capítulo 1 procura adiantar as razões pelas quais as perspectivas ricardianas levam ao equívoco de considerar os estudos de Marx como se fossem uma explicação do valor em busca de sua coincidência com as normas de intercâmbio (a efetiva proporção com que as mercadorias se trocam no mercado concreto): ou seja, o valor confundindo-se com preço de mercado, ou, ainda, que a Teoria do Valor de Marx seria uma simples agregação de minuciosidades em torno da teoria de Ricardo.

O autor foca sua crítica a essas visões de cunho ricardiano sobre a teoria de Marx a partir de três aspectos: “[…] a particular forma como Ricardo concebe as categorias de riqueza, excedente de valor; a relação que existe entre os conceitos de valor e riqueza; e o papel do trabalho na teoria ricardiana do valor”.

Para ele, na verdade, Ricardo conceitua a riqueza de forma bastante elementar, concebendo-a como por um conjunto físico e heterogêneo de bens úteis, mesmo depois dos avanços obtidos por Smith década atrás, o qual revelou a riqueza como uma relação social de domínio sobre o trabalho alheio.

Com isso, ao contrário de avançar a partir das teses smithianas, Ricardo teria retardado o desenvolvimento da teoria do valor, concebendo o excedente econômico em sua materialidade física.

Quanto ao papel do trabalho, parte da teoria ricardiana posterior a Ricardo acabaria relegando-o à definição do coeficiente técnico da quantidade de bens de consumo necessários, como insumos, à produção de mercadorias, uma vez que existe a necessidade de alguma quantidade de trabalhadores para que a produção se realize.

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