Só Faltou O Título

Será possível escrever um livro com a própria vida? Transformar os próprios passos em capítulos, a identidade em um personagem e o mundo em leitores involuntários? Mais do que se perguntar tais questões, esses são os desafios que Edmundo Dornelles, desiludido revisor de textos e aspirante a romancista, se impõe.


Já depois dos 40 anos, tendo gasto o pouco dinheiro da herança do pai e vivendo num pequeno apartamento em uma zona degradada de Porto Alegre, o amargurado Edmundo não obtém respostas das editoras sobre os originais que produz compulsivamente e vai acumulando uma raiva contida contra editores, escritores, críticos, sociedade, quase a humanidade em geral. Ao se tornar revisor freelancer da Editora Record, tem um laivo de esperança: crê que com seu contato com a assistente editorial Tatiana Fagundes e os inoportunos pitacos que dá sobre as obras que revisa, enfim conseguirá espaço.
Só faltou o título nos brinda, magistralmente, com o seu narrador incontrolável disparando contra tudo e contra todos (do mercado editorial ao sistema judiciário), com lances de literatura policial, com cenas de tribunal e com humor, em um fluxo violento de pensamento, não deixa de refletir sobre estes e outros aspectos da literatura, do mercado editorial, da arte e até mesmo sobre questões cotidianas.

Que sou um homem doente; que sou um homem mau; que sou um homem vil, absolutamente desprezível; tenho serem estes os pensamentos da mediocridade geral a meu respeito neste exato instante e também há três meses, e daqui para frente será do mesmo modo. Contudo, sei: não sou doente; tampouco mau, vil, e quiçá um dia todos estes ordinários comumente considerados como seres humanos venham a saber minha verdadeira condição. Ou não. Não é de se desprezar a hipótese de que mesmo que lhes fosse contado, mesmo que lhes fosse mostrado com fantoches ou em um filme hollywoodiano baseado em fatos reais, ainda assim, não compreenderiam quem eu sou. O que sou. Sou, no máximo, um personagem. Um autor, mas nem sempre fui assim.

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Já depois dos 40 anos, tendo gasto o pouco dinheiro da herança do pai e vivendo num pequeno apartamento em uma zona degradada de Porto Alegre, o amargurado Edmundo não obtém respostas das editoras sobre os originais que produz compulsivamente e vai acumulando uma raiva contida contra editores, escritores, críticos, sociedade, quase a humanidade em geral. Ao se tornar revisor freelancer da Editora Record, tem um laivo de esperança: crê que com seu contato com a assistente editorial Tatiana Fagundes e os inoportunos pitacos que dá sobre as obras que revisa, enfim conseguirá espaço.
Só faltou o título nos brinda, magistralmente, com o seu narrador incontrolável disparando contra tudo e contra todos (do mercado editorial ao sistema judiciário), com lances de literatura policial, com cenas de tribunal e com humor, em um fluxo violento de pensamento, não deixa de refletir sobre estes e outros aspectos da literatura, do mercado editorial, da arte e até mesmo sobre questões cotidianas.

Que sou um homem doente; que sou um homem mau; que sou um homem vil, absolutamente desprezível; tenho serem estes os pensamentos da mediocridade geral a meu respeito neste exato instante e também há três meses, e daqui para frente será do mesmo modo. Contudo, sei: não sou doente; tampouco mau, vil, e quiçá um dia todos estes ordinários comumente considerados como seres humanos venham a saber minha verdadeira condição. Ou não. Não é de se desprezar a hipótese de que mesmo que lhes fosse contado, mesmo que lhes fosse mostrado com fantoches ou em um filme hollywoodiano baseado em fatos reais, ainda assim, não compreenderiam quem eu sou. O que sou. Sou, no máximo, um personagem. Um autor, mas nem sempre fui assim.

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