A Transculturação Dos Conquistadores

A Transculturação Dos Conquistadores investiga as representações literárias dos conquistadores Lope de Aguirre, Colombo, Cabeza de Vaca e seus condicionantes, respectivamente, nas obras, “Daimón” (1978), “Los perros del paraíso” (1983) e “El largo atardecer del caminante” (1992), do escritor argentino Abel Posse

, que aborda a problemática da "conquista" e do "encontro" de culturas na América Latina no período do “descobrimento”.

Como romancista, Abel Posse participa do grupo dos escritores latino-americanos que, através da ficção, reescrevem a história de nosso continente, revelando facetas insuspeitadas a partir da releitura de personagens e situações, recriando mitos e utopias, mergulhando em nosso imaginário e investigando nossos impasses e encruzilhadas, aventurando outras versões e desnudando velhos temores. Em sua Trilogia do Descobrimento, debruça-se sobre três personagens históricos, Lope de Aguirre, Cristóvão Colombo e Cabeça de Vaca, e se fundamenta em extensa pesquisa histórica para permitir-se recriá-los, com absoluta liberdade, no plano ficcional. Trata-se dos romances Daimón, Los perros del Paraíso e El largo atardecer del caminante.
Pois é à análise desta trilogia que se dedica Regina Simon, no trabalho que ora tenho o prazer de apresentar.
Fruto de pesquisa realizada com talento e erudição, o texto de Regina Simon mantém diálogo cativante com o leitor, com quem compartilha suas hipóteses e descobertas, conduzindo-o com mestria pelo labirinto posseano. Amparada por pesquisa profunda que realizou sobre o universo histórico e o imaginário do período das Conquistas, assume uma original perspectiva do fenômeno de transculturação, analisado no clássico de Fernando Ortiz, considerando-o como um processo sofrido pelo conquistador, uma metamorfose, onde é preciso permanecer vivo, não sucumbir ante o inesperado.
A autora adota a perspectiva de Enrique Dussel, que considera o início da Modernidade como o instante em que Europa e América se “encontram” e “desencontram”, a partir de quando jamais seriam novamente as mesmas. Partindo daí, articula dois movimentos: o primeiro é a revisão crítica do período da Conquista, sob o ponto de vista historiográfico, incorporando todas as conquistas da Nova História, quanto ao imaginário, à história dos vencidos, à história das mulheres, à vida cotidiana; o segundo é o estabelecimento, mais que de um diálogo, de um dueto com Abel Posse, iluminando os romances com sua leitura acurada e minuciosa, perspicaz e erudita, reflexiva e ousada.

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investiga as representações literárias dos conquistadores Lope de Aguirre, Colombo, Cabeza de Vaca e seus condicionantes, respectivamente, nas obras, “Daimón” (1978), “Los perros del paraíso” (1983) e “El largo atardecer del caminante” (1992), do escritor argentino Abel Posse, que aborda a problemática da “conquista” e do “encontro” de culturas na América Latina no período do “descobrimento”.

Como romancista, Abel Posse participa do grupo dos escritores latino-americanos que, através da ficção, reescrevem a história de nosso continente, revelando facetas insuspeitadas a partir da releitura de personagens e situações, recriando mitos e utopias, mergulhando em nosso imaginário e investigando nossos impasses e encruzilhadas, aventurando outras versões e desnudando velhos temores. Em sua Trilogia do Descobrimento, debruça-se sobre três personagens históricos, Lope de Aguirre, Cristóvão Colombo e Cabeça de Vaca, e se fundamenta em extensa pesquisa histórica para permitir-se recriá-los, com absoluta liberdade, no plano ficcional. Trata-se dos romances Daimón, Los perros del Paraíso e El largo atardecer del caminante.
Pois é à análise desta trilogia que se dedica Regina Simon, no trabalho que ora tenho o prazer de apresentar.
Fruto de pesquisa realizada com talento e erudição, o texto de Regina Simon mantém diálogo cativante com o leitor, com quem compartilha suas hipóteses e descobertas, conduzindo-o com mestria pelo labirinto posseano. Amparada por pesquisa profunda que realizou sobre o universo histórico e o imaginário do período das Conquistas, assume uma original perspectiva do fenômeno de transculturação, analisado no clássico de Fernando Ortiz, considerando-o como um processo sofrido pelo conquistador, uma metamorfose, onde é preciso permanecer vivo, não sucumbir ante o inesperado.
A autora adota a perspectiva de Enrique Dussel, que considera o início da Modernidade como o instante em que Europa e América se “encontram” e “desencontram”, a partir de quando jamais seriam novamente as mesmas. Partindo daí, articula dois movimentos: o primeiro é a revisão crítica do período da Conquista, sob o ponto de vista historiográfico, incorporando todas as conquistas da Nova História, quanto ao imaginário, à história dos vencidos, à história das mulheres, à vida cotidiana; o segundo é o estabelecimento, mais que de um diálogo, de um dueto com Abel Posse, iluminando os romances com sua leitura acurada e minuciosa, perspicaz e erudita, reflexiva e ousada.

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