Volta Miúda

Mostrando o quilombo de Volta Miúda (Caravelas/Ba), os remanescentes e suas histórias, a autora apresenta perfis biográficos dos anciões que ali habitam.

A Comunidade Quilombola de Volta Miúda está localizada no Extremo Sul da Bahia, no município de Caravelas, que possui população estimada em 22.093 (vinte e duas mil e noventa e três) pessoas, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ano de referência 2020. Além de Volta Miúda, o município possui outras duas comunidades reconhecidas como “remanescentes quilombolas”, pela Fundação Cultural Palmares, Naiá e Mutum.

As vivências de/em Volta Miúda evocam sentidos particulares de vida, que dissonam dos princípios da política colonial-moderno-capitalista que engendram os caminhos da mercadoria. Compartilhar as experiências é participar e, ao mesmo tempo, promover a humanização dos sujeitos imbricados na relação dialógica.

Domingos Serafim fala sobre esta dimensão da oralidade informando também que a preservação particular do seu bom humor é um dos aspectos que lhe garantem a vida: “Tenho meu respeito com quarquer um, mas também se a gente não fizer graças morre à toa, viu?”. A escuta edificante necessita do desprendimento de conceitos prévios, não apenas em relação aos sujeitos em questão, mas às pré-concepções sobre os significados da vida.

Memória e presente, lembrança e vida são indissociáveis. Integrar-se à Volta Miúda exige um processo de desconstrução do ouvinte/leitor e da sua abertura à compreensão de mundo pautada em princípios que desprivilegiam o capital, o acúmulo de riquezas, a produtividade do ser, a velocidade, a privacidade como dogma absoluto, os critérios hierárquicos da sociedade moderna.

Ao finalizar suas ponderações acerca da tradição viva, Hampâté Bâ cita Tiemo Bokar, o sábio Bandiagara, “a África dos velhos iniciados avisa ao jovem pesquisador: ‘Se queres saber quem sou, / Se queres que te ensine o que sei, / Deixa um pouco de ser o que tu és/ E esquece o que sabes’”.

Acessar as memórias, experiências e histórias da comunidade exige a criação de pontes para que este encontro seja possível, sendo a principal manter-se sensível, a fim de que, no processo de desfazimento do ser que escuta, perceba-se a amálgama que conforma o ser e o mundo, o sentimento e a vida, o indivíduo e a comunidade, passado e presente como intercâmbio contínuo e indissociável da substância humana.

Mostrando o quilombo de Volta Miúda (Caravelas/Ba), os remanescentes e suas histórias, a autora apresenta perfis biográficos dos anciões que ali habitam, inspirados no jornalismo literário; o estado de colonialidade da nação brasileira e o papel no direito e do conhecimento no processo assimilacionista e negacionista das identidades; além de analisar a retomada da oralidade, seu caráter ancestral e de resistência.

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A Comunidade Quilombola de Volta Miúda está localizada no Extremo Sul da Bahia, no município de Caravelas, que possui população estimada em 22.093 (vinte e duas mil e noventa e três) pessoas, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ano de referência 2020. Além de Volta Miúda, o município possui outras duas comunidades reconhecidas como “remanescentes quilombolas”, pela Fundação Cultural Palmares, Naiá e Mutum.

As vivências de/em Volta Miúda evocam sentidos particulares de vida, que dissonam dos princípios da política colonial-moderno-capitalista que engendram os caminhos da mercadoria. Compartilhar as experiências é participar e, ao mesmo tempo, promover a humanização dos sujeitos imbricados na relação dialógica.

Domingos Serafim fala sobre esta dimensão da oralidade informando também que a preservação particular do seu bom humor é um dos aspectos que lhe garantem a vida: “Tenho meu respeito com quarquer um, mas também se a gente não fizer graças morre à toa, viu?”. A escuta edificante necessita do desprendimento de conceitos prévios, não apenas em relação aos sujeitos em questão, mas às pré-concepções sobre os significados da vida.

Memória e presente, lembrança e vida são indissociáveis. Integrar-se à Volta Miúda exige um processo de desconstrução do ouvinte/leitor e da sua abertura à compreensão de mundo pautada em princípios que desprivilegiam o capital, o acúmulo de riquezas, a produtividade do ser, a velocidade, a privacidade como dogma absoluto, os critérios hierárquicos da sociedade moderna.

Ao finalizar suas ponderações acerca da tradição viva, Hampâté Bâ cita Tiemo Bokar, o sábio Bandiagara, “a África dos velhos iniciados avisa ao jovem pesquisador: ‘Se queres saber quem sou, / Se queres que te ensine o que sei, / Deixa um pouco de ser o que tu és/ E esquece o que sabes’”.

Acessar as memórias, experiências e histórias da comunidade exige a criação de pontes para que este encontro seja possível, sendo a principal manter-se sensível, a fim de que, no processo de desfazimento do ser que escuta, perceba-se a amálgama que conforma o ser e o mundo, o sentimento e a vida, o indivíduo e a comunidade, passado e presente como intercâmbio contínuo e indissociável da substância humana.

Mostrando o quilombo de Volta Miúda (Caravelas/Ba), os remanescentes e suas histórias, a autora apresenta perfis biográficos dos anciões que ali habitam, inspirados no jornalismo literário; o estado de colonialidade da nação brasileira e o papel no direito e do conhecimento no processo assimilacionista e negacionista das identidades; além de analisar a retomada da oralidade, seu caráter ancestral e de resistência.

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