Operação Shylock: Uma Confissão

Em 1988, Philip Roth descobriu que tinha um sósia em Israel. Esse homem havia se apropriado de seu nome, de sua biografia, e se julgava imbuído da missão de levar de volta à Europa os judeus israelenses. O caso serviu de base para este vigoroso romance.

Por motivos legais, tive de alterar vários fatos neste livro. São modificações menores, que compreendem basicamente detalhes de identidade e local, e pouca importância têm para a história como um todo e sua verossimilhança. Todos os nomes que foram mudados são assinalados com um pequeno círculo na primeira vez que aparecem.
Operação Shylock foi extraído de diários. O livro é uma versão tão exata quanto me foi possível dar de ocorrências reais que vivi em meados da casa dos meus cinquenta anos e que culminaram, no início de 1988, com minha concordância em efetuar uma operação de coleta de informações para o serviço de inteligência de Israel, o Mossad.
O comentário sobre o caso Demjanjuk reflete com exatidão e franqueza o que eu pensava em janeiro de 1988, quase cinco anos antes que provas soviéticas, apresentadas num recurso pela defesa, levassem a Suprema Corte israelense a considerar nula a sentença de morte decretada em 1988 pela Corte Distrital de Jerusalém, a cujas sessões assisti e que descrevo aqui. Com base em interrogatórios soviéticos feitos de 1944 a 1900, que só vieram inteiramente à luz após o fim da União Soviética — e nos quais vinte e um ex-soldados do Exército Vermelho que se ofereceram como auxiliares voluntários das SS foram depois executados pelas autoridades soviéticas estabeleceram que o sobrenome do Ivã, o Terrível, de Treblinka era Marchenko, e não Demjanjuk —, a defesa afirmou ser impossível a acusação provar sem sombra de dúvida que John Ivan Demjanjuk, operário da indústria automobilística de Cleveland, e o notório operador de câmara de gás eram o mesmo “Ivã”. A refutação da promotoria alegou não só que os registros da antiga União Soviética estavam repletos de incoerências e contradições, mas que, o mais importante, como o testemunho fora tomado em circunstâncias não verificáveis, por guardas não mais disponíveis para contrainterrogatório, tratava-se de rumor inadmissível. Além disso, a promotoria argumentou que documentos recém-descobertos nos arquivos federais alemães provavam agora, conclusivamente, que Demjanjuk cometera perjúrio repetidas vezes ao negar que também fora guarda no campo de treinamento de Trawniki, no campo de concentração de Flossenburg e no campo de extermínio de Sobibor.

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Operação Shylock: Uma Confissão

Em 1988, Philip Roth descobriu que tinha um sósia em Israel. Esse homem havia se apropriado de seu nome, de sua biografia, e se julgava imbuído da missão de levar de volta à Europa os judeus israelenses. O caso serviu de base para este vigoroso romance.

Por motivos legais, tive de alterar vários fatos neste livro. São modificações menores, que compreendem basicamente detalhes de identidade e local, e pouca importância têm para a história como um todo e sua verossimilhança. Todos os nomes que foram mudados são assinalados com um pequeno círculo na primeira vez que aparecem.
Operação Shylock foi extraído de diários. O livro é uma versão tão exata quanto me foi possível dar de ocorrências reais que vivi em meados da casa dos meus cinquenta anos e que culminaram, no início de 1988, com minha concordância em efetuar uma operação de coleta de informações para o serviço de inteligência de Israel, o Mossad.
O comentário sobre o caso Demjanjuk reflete com exatidão e franqueza o que eu pensava em janeiro de 1988, quase cinco anos antes que provas soviéticas, apresentadas num recurso pela defesa, levassem a Suprema Corte israelense a considerar nula a sentença de morte decretada em 1988 pela Corte Distrital de Jerusalém, a cujas sessões assisti e que descrevo aqui. Com base em interrogatórios soviéticos feitos de 1944 a 1900, que só vieram inteiramente à luz após o fim da União Soviética — e nos quais vinte e um ex-soldados do Exército Vermelho que se ofereceram como auxiliares voluntários das SS foram depois executados pelas autoridades soviéticas estabeleceram que o sobrenome do Ivã, o Terrível, de Treblinka era Marchenko, e não Demjanjuk —, a defesa afirmou ser impossível a acusação provar sem sombra de dúvida que John Ivan Demjanjuk, operário da indústria automobilística de Cleveland, e o notório operador de câmara de gás eram o mesmo “Ivã”. A refutação da promotoria alegou não só que os registros da antiga União Soviética estavam repletos de incoerências e contradições, mas que, o mais importante, como o testemunho fora tomado em circunstâncias não verificáveis, por guardas não mais disponíveis para contrainterrogatório, tratava-se de rumor inadmissível. Além disso, a promotoria argumentou que documentos recém-descobertos nos arquivos federais alemães provavam agora, conclusivamente, que Demjanjuk cometera perjúrio repetidas vezes ao negar que também fora guarda no campo de treinamento de Trawniki, no campo de concentração de Flossenburg e no campo de extermínio de Sobibor.

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