Bola Fora: A História Do Êxodo Do Futebol Brasileiro

O primeiro brasileiro a jogar no futebol italiano foi Arnaldo Porta, que deixou Araraquara, no interior de São Paulo, para jogar pelo Verona, em 1914. Isso quer dizer que faz muito mais tempo do que as pessoas costumam imaginar que jogadores brasileiros vão embora para a Europa.


Mais do que isso, muitos dos que se foram despediram-se sem fazer alarde. Quantas vezes você já ouviu dizer que o ponta Tita, campeão mundial pelo Flamengo, foi o primeiro brasileiro a jogar na Alemanha? Não foi. As portas se abriram bem antes de Tita, em 1964, depois de uma excursão do Madureira à Europa. O empresário José da Gama sugeriu ao Colônia que contratasse o atacante brasileiro Zezé. E lá foi ele. Na mesma época, desembarcou na Alemanha o centroavante Raul Tagliari, do Cruzeiro, outro levado por uma excursão de seu clube à Europa.
Por muito tempo pareceu que o êxodo do futebol brasileiro havia começado por ali, nos anos 1980, quando Tita na Alemanha, Romário na Holanda e Mirandinha na Inglaterra abriam portas para a Europa. Mas, não. Eles não foram os precursores.
Década após década, jogadores brasileiros bateram asas por quantias e motivações diferentes. Nos anos 1930, muitos iam viver na terra de seus pais. Ou jogar em lugares onde o profissionalismo já existia, enquanto o Brasil ainda discutia se era ético ou não jogar por dinheiro.
Nos anos 1980, craques brasileiros viajavam para a Europa porque os principais países daquele continente reabriam seus mercados após décadas sem permitir a contratação de jogadores estrangeiros.
Desde a década de 1990, a intenção é jogar onde se paga mais e se tem mais visibilidade. O melhor do mundo não foi eleito nenhuma vez atuando num clube sul-americano, africano ou asiático. Para ter o talento reconhecido é necessário jogar na Europa.
Este livro nasceu para isso. Se você quer saber se houve alguém no Uzbequistão antes de Rivaldo, não vai descobrir aqui. Mas, se quer entender as motivações que levaram os principais jogadores do Brasil para o exterior, este livro explica.
Bola fora não tenta contar o caso inusitado, curioso. Não é a história do jogador que foi passar fome na Tunísia. É uma análise do êxodo dos jogadores do futebol brasileiro, mostrando que as transferências não começaram hoje, com a crise do capitalismo. O êxodo é mais antigo do que o próprio futebol. E também não vai acabar tão cedo.

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O primeiro brasileiro a jogar no futebol italiano foi Arnaldo Porta, que deixou Araraquara, no interior de São Paulo, para jogar pelo Verona, em 1914. Isso quer dizer que faz muito mais tempo do que as pessoas costumam imaginar que jogadores brasileiros vão embora para a Europa.
Mais do que isso, muitos dos que se foram despediram-se sem fazer alarde. Quantas vezes você já ouviu dizer que o ponta Tita, campeão mundial pelo Flamengo, foi o primeiro brasileiro a jogar na Alemanha? Não foi. As portas se abriram bem antes de Tita, em 1964, depois de uma excursão do Madureira à Europa. O empresário José da Gama sugeriu ao Colônia que contratasse o atacante brasileiro Zezé. E lá foi ele. Na mesma época, desembarcou na Alemanha o centroavante Raul Tagliari, do Cruzeiro, outro levado por uma excursão de seu clube à Europa.
Por muito tempo pareceu que o êxodo do futebol brasileiro havia começado por ali, nos anos 1980, quando Tita na Alemanha, Romário na Holanda e Mirandinha na Inglaterra abriam portas para a Europa. Mas, não. Eles não foram os precursores.
Década após década, jogadores brasileiros bateram asas por quantias e motivações diferentes. Nos anos 1930, muitos iam viver na terra de seus pais. Ou jogar em lugares onde o profissionalismo já existia, enquanto o Brasil ainda discutia se era ético ou não jogar por dinheiro.
Nos anos 1980, craques brasileiros viajavam para a Europa porque os principais países daquele continente reabriam seus mercados após décadas sem permitir a contratação de jogadores estrangeiros.
Desde a década de 1990, a intenção é jogar onde se paga mais e se tem mais visibilidade. O melhor do mundo não foi eleito nenhuma vez atuando num clube sul-americano, africano ou asiático. Para ter o talento reconhecido é necessário jogar na Europa.
Este livro nasceu para isso. Se você quer saber se houve alguém no Uzbequistão antes de Rivaldo, não vai descobrir aqui. Mas, se quer entender as motivações que levaram os principais jogadores do Brasil para o exterior, este livro explica.
Bola fora não tenta contar o caso inusitado, curioso. Não é a história do jogador que foi passar fome na Tunísia. É uma análise do êxodo dos jogadores do futebol brasileiro, mostrando que as transferências não começaram hoje, com a crise do capitalismo. O êxodo é mais antigo do que o próprio futebol. E também não vai acabar tão cedo.

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