Megaprojetos De Impacto Urbano E Ambiental

Os grandes projetos de interesse econômico, esportivo e/ou turístico têm causado inúmeras violações de direitos humanos, em especial, de pessoas, grupos e comunidades em situação de vulnerabilidade social e econômica em diversas cidades do mundo.


O uso dos chamados megaeventos e megaprojetos para impulsionar o crescimento econômico é um fenômeno relativamente recente considerando-se que, somente depois da Segunda Guerra Mundial, o movimento olímpico incluiu a pauta da construção de infraestrutura pública para a realização dos eventos de esportes. Após os anos setenta do século passado ficou mais evidente a combinação da organização de eventos esportivos internacionais com os processos de transformação urbana, acompanhados de uma política de construção de infraestrutura esportiva como estratégia de renovação urbana. E, com a crise econômica mundial, as organizações internacionais responsáveis pelos megaeventos e as corporações que os patrocinam têm deslocado seus interesses para países emergentes, associando-se a agentes nacionais, sob o argumento de que promoverão impactos positivos para as cidades que os receberem, gerando empregos, novas oportunidades e benefícios para a população.
O Brasil, nos últimos anos, passou por transformações econômicas e sociais que o colocaram em destaque na esfera internacional como um país com grande potencial para receber investimentos e projetos de interesse econômico, esportivos, culturais e turísticos. Tal evidência resultou, por exemplo, na sua escolha para sediar os Jogos Pan-Americanos de 2007, a Copa das Confederações FIFA de 2013, a Copa do Mundo FIFA de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
Os investimentos estrangeiros para o desenvolvimento de atividades econômicas no país adotam uma estratégia que coincide com aquela utilizada pelos governos para alavancar o crescimento de alguns setores da economia. Assim, têm demandado e gerado a implantação de grandes obras de infraestrutura e empreendimentos imobiliários relacionados a projetos de requalificação e renovação urbana nas principais cidades brasileiras. Tais projetos, em verdade, constituem imensas intervenções urbanísticas e sociais pela magnitude dos impactos e transformações que ocasionam. Por sua escala e pelo grande volume de recursos envolvidos, os megaprojetos interferem no gradiente de rendas fundiárias, gerando novas oportunidades para o mercado imobiliário e levando a mudanças na ocupação do solo que, na maioria dos casos, é prejudicial para a população mais pobre.

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O uso dos chamados megaeventos e megaprojetos para impulsionar o crescimento econômico é um fenômeno relativamente recente considerando-se que, somente depois da Segunda Guerra Mundial, o movimento olímpico incluiu a pauta da construção de infraestrutura pública para a realização dos eventos de esportes. Após os anos setenta do século passado ficou mais evidente a combinação da organização de eventos esportivos internacionais com os processos de transformação urbana, acompanhados de uma política de construção de infraestrutura esportiva como estratégia de renovação urbana. E, com a crise econômica mundial, as organizações internacionais responsáveis pelos megaeventos e as corporações que os patrocinam têm deslocado seus interesses para países emergentes, associando-se a agentes nacionais, sob o argumento de que promoverão impactos positivos para as cidades que os receberem, gerando empregos, novas oportunidades e benefícios para a população.
O Brasil, nos últimos anos, passou por transformações econômicas e sociais que o colocaram em destaque na esfera internacional como um país com grande potencial para receber investimentos e projetos de interesse econômico, esportivos, culturais e turísticos. Tal evidência resultou, por exemplo, na sua escolha para sediar os Jogos Pan-Americanos de 2007, a Copa das Confederações FIFA de 2013, a Copa do Mundo FIFA de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
Os investimentos estrangeiros para o desenvolvimento de atividades econômicas no país adotam uma estratégia que coincide com aquela utilizada pelos governos para alavancar o crescimento de alguns setores da economia. Assim, têm demandado e gerado a implantação de grandes obras de infraestrutura e empreendimentos imobiliários relacionados a projetos de requalificação e renovação urbana nas principais cidades brasileiras. Tais projetos, em verdade, constituem imensas intervenções urbanísticas e sociais pela magnitude dos impactos e transformações que ocasionam. Por sua escala e pelo grande volume de recursos envolvidos, os megaprojetos interferem no gradiente de rendas fundiárias, gerando novas oportunidades para o mercado imobiliário e levando a mudanças na ocupação do solo que, na maioria dos casos, é prejudicial para a população mais pobre.

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