
Ética E Inteligência Artificial pretende verificar e assumir a possibilidade filosófica do surgimento de um agente moral artificial autêntico. Toma-se como pressuposto a plausibilidade da superação do Teste de Turing, da Sala Chinesa e do Teste de Ada Lovelace, bem como da possível emergência de um autêntico agente artificial moral, com deliberações intencionais em perspectiva de primeira pessoa. Assim, aceita-se a tese da possibilidade de um código computacional capaz de dar origem à emergência.
O problema principal deste estudo será investigar a possibilidade filosófica de uma ética artificial, como decorrente da vontade e racionalidade própria de um sujeito artificial, ou seja, da inteligência artificial como sujeito moral. Um agente ético artificial deve agir por características próprias e não conforme uma programação externa predeterminada.
A ética artificial autêntica é interna e não externa ao autômato. Um modelo proposto e com crescente aceitação, e que demonstra essa possibilidade computacional, é o de uma moralidade que se constrói de baixo para cima (bottom-up), e nesse caso o sistema pode passar a adquirir capacidades morais de modo independente. Esse modelo se aproxima da ética aristotélica das virtudes.
Outra forma possível é a união de um modelo computacional de piso, com modelos fundados na deontologia, com a formulação mais geral de deveres e máximas. De uma outra forma, demonstra-se que pelo menos em um caso é possível a construção de um modelo de moralidade artificial viável e autônomo. Não há demonstração inequívoca da impossibilidade de os agentes morais artificiais possuírem emoções artificiais.
A conclusão a que diversos cientistas de programação chegaram é que um modelo de agência artificial fundado em machine learning, combinado com a ética da virtude, é um caminho natural, coeso, coerente, integrado e “bem costurado” (seamless). Assim, existe uma resposta coerente, consistente e bem fundamentada que indica que não é provada a impossibilidade de um agente moral artificial autêntico.
