Descartes Em 90 Minutos

Descartes (1596-1650) foi enviado para o colégio interno aos oito anos de idade. Sendo o diretor um amigo da família, o jovem tinha um quarto próprio e podia acordar à hora que quisesse – em geral em torno do meio-dia.

Apesar disso, angariou todos os prêmios escolares. Acordar tarde foi um hábito que ele seguiu com rigor pelo resto de sua vida, mesmo quando, surpreendentemente, alistou-se no exército. Rigor e afirmações surpreendentes também foram marcas de seu pensamento.
Por volta do final do século XVI a filosofia estagnara. Foi Descartes quem lhe deu novo impulso.
A filosofia teve início no século VI a.C. na Grécia antiga, e dois séculos mais tarde ingressou num período áureo com o advento de Sócrates, seguido por Platão e Aristóteles. Depois disso, por cerca de dois mil anos, nada aconteceu. Nada de original, pelo menos.
Naturalmente, muitos filósofos ilustres surgiram durante esse período. No século III, o alexandrino Plotino sofisticou a filosofia de Platão, criando, nesse processo, o neoplatonismo. Santo Agostinho de Hipona, posteriormente, aperfeiçoou o neoplatonismo até que ele se tornasse aceitável pela teologia cristã. O sábio islâmico Averróis desenvolveu certas partes da filosofia de Aristóteles, enquanto Tomás de Aquino tornou-as aceitáveis para a teologia cristã. Essas quatro figuras díspares promoveram o progresso da filosofia, mas nenhuma delas produziu uma filosofia própria totalmente nova. Seu trabalho foi, em essência, de exegese, comentário e elaboração das filosofias de Platão e Aristóteles. Dessa forma, esses dois filósofos pagãos (e suas filosofias pagãs) tornaram-se pilares da Igreja cristã. Essa artimanha de exorcismo intelectual foi o principal fundamento da escolástica, nome conferido à atividade filosófica durante a Idade Média. A escolástica era a filosofia da Igreja e se orgulhava de sua falta de originalidade. Novas idéias filosóficas tinham como único resultado a heresia, a Inquisição e a morte na fogueira. As idéias de Platão e Aristóteles foram pouco a pouco sendo enterradas sob camadas de comentários cristãos teologicamente corretos até que a filosofia se esgotou.

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Por volta do final do século XVI a filosofia estagnara. Foi Descartes quem lhe deu novo impulso.
A filosofia teve início no século VI a.C. na Grécia antiga, e dois séculos mais tarde ingressou num período áureo com o advento de Sócrates, seguido por Platão e Aristóteles. Depois disso, por cerca de dois mil anos, nada aconteceu. Nada de original, pelo menos.
Naturalmente, muitos filósofos ilustres surgiram durante esse período. No século III, o alexandrino Plotino sofisticou a filosofia de Platão, criando, nesse processo, o neoplatonismo. Santo Agostinho de Hipona, posteriormente, aperfeiçoou o neoplatonismo até que ele se tornasse aceitável pela teologia cristã. O sábio islâmico Averróis desenvolveu certas partes da filosofia de Aristóteles, enquanto Tomás de Aquino tornou-as aceitáveis para a teologia cristã. Essas quatro figuras díspares promoveram o progresso da filosofia, mas nenhuma delas produziu uma filosofia própria totalmente nova. Seu trabalho foi, em essência, de exegese, comentário e elaboração das filosofias de Platão e Aristóteles. Dessa forma, esses dois filósofos pagãos (e suas filosofias pagãs) tornaram-se pilares da Igreja cristã. Essa artimanha de exorcismo intelectual foi o principal fundamento da escolástica, nome conferido à atividade filosófica durante a Idade Média. A escolástica era a filosofia da Igreja e se orgulhava de sua falta de originalidade. Novas idéias filosóficas tinham como único resultado a heresia, a Inquisição e a morte na fogueira. As idéias de Platão e Aristóteles foram pouco a pouco sendo enterradas sob camadas de comentários cristãos teologicamente corretos até que a filosofia se esgotou.

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