O Direito À Preguiça

O Direito À Preguiça, esse texto polêmico, enaltece as virtudes do pecado capital e denuncia a degradação física e intelectual causada pelo trabalho.

“Uma estranha loucura está possuindo as classes operárias das nações em que reina a civilização capitalista. Essa loucura arrasta na sua esteira misérias individuais e sociais que, há séculos, estão torturando a triste humanidade. Essa loucura é o amor ao trabalho, a paixão furiosa pelo trabalho, levada ao esgotamento das forças vitais do indivíduo e se sua prole.”

Esta obra é um manifesto de celebração ao ócio. Publicado em 1855, O Direito À Preguiça – esse texto irreverente e polêmico – enaltece as virtudes do pecado capital e denuncia a degradação física e intelectual causada pelo trabalho.

A miséria crescente do proletariado pós-Revolução Industrial deu combustível às críticas de Lafargue.

Segundo o autor, princípios teológicos e positivistas foram apropriados pelo capital emergente para convencer as massas sobre a justiça de se trabalhar mais e melhor sem a contrapartida de um salário maior.

Mas até mesmo o Deus cristão foi descansar eternamente no sétimo dia, alerta O Direito À Preguiça.

Um retrato pitoresco de um momento delicado do capitalismo: a emergência das teorias críticas ao sistema diante de sua aparente incapacidade de responder aos novos problemas sociais que surgiam no alvorecer do século XX.

O "enigma" da servidão voluntária que aparece no texto de Lafargue como espanto ante a paixão do trabalho desenvolvida pela classe operária, esta que se torna patente na reivindicação pelos operários do direito ao trabalho, provoca a comparação com La Boétie em seu Discurso Da Servidão Voluntária, no século XVI.

Para Lafargue, quem se deixa explorar na cadeia de montagem industrial, como para La Boétie quem dá o poder ao tirano, são os súditos, os humilhados e ofendidos, os oprimidos, os operários, justamente pela sua submissão.

Se os operários não se deixassem explorar, se os súditos não se deixassem mandar, as situações poderiam tornar-se mais de acordo com os melhores sonhos humanos e não teríamos tanta espoliação da força de trabalho nas engrenagens da indústria, assim como se tem diminuído o poder autocrático nas democracias modernas; é claro, não sem conflito e contínua tensão com a tendência ao retorno à tirania e à barbárie que, o século XX viu bem, não desaparecem definitivamente.

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O Direito À Preguiça, esse texto polêmico, enaltece as virtudes do pecado capital e denuncia a degradação física e intelectual causada pelo trabalho.

“Uma estranha loucura está possuindo as classes operárias das nações em que reina a civilização capitalista. Essa loucura arrasta na sua esteira misérias individuais e sociais que, há séculos, estão torturando a triste humanidade. Essa loucura é o amor ao trabalho, a paixão furiosa pelo trabalho, levada ao esgotamento das forças vitais do indivíduo e se sua prole.”

Esta obra é um manifesto de celebração ao ócio. Publicado em 1855, O Direito À Preguiça – esse texto irreverente e polêmico – enaltece as virtudes do pecado capital e denuncia a degradação física e intelectual causada pelo trabalho.

A miséria crescente do proletariado pós-Revolução Industrial deu combustível às críticas de Lafargue.

Segundo o autor, princípios teológicos e positivistas foram apropriados pelo capital emergente para convencer as massas sobre a justiça de se trabalhar mais e melhor sem a contrapartida de um salário maior.

Mas até mesmo o Deus cristão foi descansar eternamente no sétimo dia, alerta O Direito À Preguiça.

Um retrato pitoresco de um momento delicado do capitalismo: a emergência das teorias críticas ao sistema diante de sua aparente incapacidade de responder aos novos problemas sociais que surgiam no alvorecer do século XX.

O “enigma” da servidão voluntária que aparece no texto de Lafargue como espanto ante a paixão do trabalho desenvolvida pela classe operária, esta que se torna patente na reivindicação pelos operários do direito ao trabalho, provoca a comparação com La Boétie em seu Discurso Da Servidão Voluntária, no século XVI.

Para Lafargue, quem se deixa explorar na cadeia de montagem industrial, como para La Boétie quem dá o poder ao tirano, são os súditos, os humilhados e ofendidos, os oprimidos, os operários, justamente pela sua submissão.

Se os operários não se deixassem explorar, se os súditos não se deixassem mandar, as situações poderiam tornar-se mais de acordo com os melhores sonhos humanos e não teríamos tanta espoliação da força de trabalho nas engrenagens da indústria, assim como se tem diminuído o poder autocrático nas democracias modernas; é claro, não sem conflito e contínua tensão com a tendência ao retorno à tirania e à barbárie que, o século XX viu bem, não desaparecem definitivamente.

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