
O título do livro, A Memória Do Digital E Outras Questões Das Artes E Museologia, remete o leitor à memória e não ao reducionismo dos “bits” sem poéticas. A memória transcende a temporalidade de nossas ações. Preservar a memória por meio dos artefatos, das imagens, dos cheiros, dos gestos, dos sons, das coisas em si, do acervo digital. Preservar a memória do que esteve e nunca deixou de estar dentro de nós, significa visitar e re-visitar as culturas nas diversas temporalidades, em que espaço-tempo são únicos, no processo de criação.
O Prof. Pablo Gobira nos convida a visitar e re-visitar os textos de autores ilustres, em que ele se faz presente. Autores de campos e áreas de conhecimentos, que são espelhos da criação cultural. A invenção de um por vir nas artes e tecnologias; nos museus-passado e no futuro do pós-digital; museu-interface do cubo e a museologia radical onde o som em busca da democratização cultural reverbera nos filmes constituídos de fragmentos de obras que remetem o leitor aos outros textos, em que pode-se compreender e reformular as storytellings, as exposições e suas coleções em plataformas como o Instagram, Facebook, Twiter.
O Prof. Pablo Gobira busca resposta e ao mesmo tempo questiona sobre a preservação digital da poesia. No percurso do binômio “visita-leitura”, um estudo dos processos de criação na era “ transestética”.
O livro é de envergadura acadêmica retratada nos enlaces das pesquisas realizadas e apresentadas ao leitor de forma a propor uma reflexão, das diversas formas da criação do digital, do pós-digital, da preservação de acervos, do espaço museu, do arquivo, das imagens, da poesia.
A urgência que esse A Memória Do Digital E Outras Questões Das Artes E Museologia preenche é a de instalar a ”nova” estética de dispositivos digitais, de ecoar a pluralidade cultural e sobretudo re-visitar os processos de criação, no sentido de preservar a memória e se fazer memória.
