A Volta De Mary Poppins

A Volta De Mary Poppins é o segundo dos oito volumes que a escritora australiana radicada na Inglaterra P. L. Travers dedica à sua mais célebre personagem.

Publicado em 1935, A Volta De Mary Poppins é o segundo dos oito volumes que a jornalista e poetisa australiana radicada na Inglaterra Pamela Lyndon Travers (1899-1996) dedica à sua mais célebre personagem.

Na versão que salta das páginas a seguir, Mary Poppins não é o ícone da cultura infantil que se ergueu a partir da grande produção musical dos estúdios Walt Disney, lançada nos cinemas em 1964 e que consagra o rosto da então jovem atriz Julie Andrews no papel da protagonista.

É conhecida a história dos dissabores e da resignação vividos por P.L. Travers em relação à aclamada adaptação cinematográfica de Mary Poppins – que vão desde as críticas da autora à primeira versão do roteiro e à escolha de uma atriz cuja beleza apagava os traços mais prosaicos da protagonista, até as mudanças na caracterização da família Banks impostas por Disney, com o intuito de agradar ao público norte-americano.

O ciclo de aventuras da Mary Poppins original se faz de outro conjunto de referências: o gênero de narrativas de aventura, presente na ágil organização dos volumes, compostos de capítulos e episódios quase independentes entre si; o traço cômico das personagens que cercam a babá e seus pupilos, tão bem captado pelas ilustrações de Mary Shepard, responsável pela primeira identidade visual das personagens de Travers; as pesquisas da autora sobre ocultismo e mitologia, preservadas no mundo fantástico que subjaz à vida prosaica do subúrbio londrino; e, por fim, mas não menos importante, a longa tradição da prosa realista inglesa, tão sagaz na identificação e no retrato de tipos sociais.

A narrativa de aventura está nas fundações do romance moderno e, antes dele, na própria matriz do narrar. Como já nos ensinavam os gregos antigos em sua épica repleta de grandes feitos e heróis, narramos o que coletivamente entendemos ser o extraordinário.

O enfrentamento dos reconhecidos perigos e medos de um grupo social, a travessia e o domínio sobre o desconhecido, as provações de quem anseia por reconhecimento, um nome gravado na memória de gerações – todas essas são versões de uma mesma experiência de estar no mundo.

Sob a perspectiva do gênero épico, viver é vencer desafios, ultrapassar obstáculos, expandir domínios e conquistar saberes – o que vale para antigos guerreiros gregos em busca de glória, cavaleiros cristãos em busca de salvação, pobres órfãos em busca de fortuna e (mais modernamente, como ensina a narrativa do romance) indivíduos em busca de identidade e estabilidade em uma sociedade conflituosa.

http://livrandante.com.br/contribuicao/caneca-de-tanto-ler-e-imaginar-branca/

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A Volta De Mary Poppins é o segundo dos oito volumes que a escritora australiana radicada na Inglaterra P. L. Travers dedica à sua mais célebre personagem.

Publicado em 1935, A Volta De Mary Poppins é o segundo dos oito volumes que a jornalista e poetisa australiana radicada na Inglaterra Pamela Lyndon Travers (1899-1996) dedica à sua mais célebre personagem.

Na versão que salta das páginas a seguir, Mary Poppins não é o ícone da cultura infantil que se ergueu a partir da grande produção musical dos estúdios Walt Disney, lançada nos cinemas em 1964 e que consagra o rosto da então jovem atriz Julie Andrews no papel da protagonista.

É conhecida a história dos dissabores e da resignação vividos por P.L. Travers em relação à aclamada adaptação cinematográfica de Mary Poppins – que vão desde as críticas da autora à primeira versão do roteiro e à escolha de uma atriz cuja beleza apagava os traços mais prosaicos da protagonista, até as mudanças na caracterização da família Banks impostas por Disney, com o intuito de agradar ao público norte-americano.

O ciclo de aventuras da Mary Poppins original se faz de outro conjunto de referências: o gênero de narrativas de aventura, presente na ágil organização dos volumes, compostos de capítulos e episódios quase independentes entre si; o traço cômico das personagens que cercam a babá e seus pupilos, tão bem captado pelas ilustrações de Mary Shepard, responsável pela primeira identidade visual das personagens de Travers; as pesquisas da autora sobre ocultismo e mitologia, preservadas no mundo fantástico que subjaz à vida prosaica do subúrbio londrino; e, por fim, mas não menos importante, a longa tradição da prosa realista inglesa, tão sagaz na identificação e no retrato de tipos sociais.

A narrativa de aventura está nas fundações do romance moderno e, antes dele, na própria matriz do narrar. Como já nos ensinavam os gregos antigos em sua épica repleta de grandes feitos e heróis, narramos o que coletivamente entendemos ser o extraordinário.

O enfrentamento dos reconhecidos perigos e medos de um grupo social, a travessia e o domínio sobre o desconhecido, as provações de quem anseia por reconhecimento, um nome gravado na memória de gerações – todas essas são versões de uma mesma experiência de estar no mundo.

Sob a perspectiva do gênero épico, viver é vencer desafios, ultrapassar obstáculos, expandir domínios e conquistar saberes – o que vale para antigos guerreiros gregos em busca de glória, cavaleiros cristãos em busca de salvação, pobres órfãos em busca de fortuna e (mais modernamente, como ensina a narrativa do romance) indivíduos em busca de identidade e estabilidade em uma sociedade conflituosa.

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