A Batalha Da América Latina

Eis, até hoje, as batalhas da América Latina. Muitas batalhas e, com exceção de uma ou outra, quase tôdas elas batalhas perdidas. Mas este capítulo da História não será o último.

Seguimos e seguiremos o exemplo da Inglaterra: que sempre perdeu tôdas as batalhas e acabou ganhando a guerra”. Com essas palavras de fé e confiança no futuro, Otto Maria Carpeaux arremata o longo ensaio sôbre as Batalhas e Guerra da América Latina, escrito especialmente para servir de introdução aos artigos sôbre política internacional que publicou, no Correio da Manhã, entre outubro de 1964 e junho de 1965.
Ao longo dos nove meses do período em apreço, a conjuntura internacional apresentou duas crises de maior gravidade: a do Vietnã e a da República Dominicana. É principalmente a esta última crise que Carpeaux dedica particular atenção. Em seu estudo introdutório os acontecimentos de São Domingos são projetados dentro da perspectiva histórica necessária à correta interpretação dos acontecimentos em questão: a constante e sistemática interferência norte-americana nos negócios internos e externos dos países latino-americanos, com vistas a controlar e orientar os governos desses países em benefício dos interesses políticos, econômicos, financeiros, comerciais — da segurança, em suma — dos Estados Unidos da América. Desde 2 de dezembro de 1823, data da formulação da Doutrina de Monroe, aos dias atuais da Aliança para o Progresso, a “hegemonia exploradora” dos governos que se sucederam em Washington (com raras exceções, entre as quais se destacam as administrações do Presidente Franklin Delano Roosevelt) investiu sempre contra a América Latina, anexando imensos territórios (Califórnia, Texas, Arizona, Nôvo México, Pôrto Rico, etc.), desmembrando alguns (Panamá e Colômbia), invadindo outros (Cuba, Guatemala, Nicarágua, México, Haiti, República Dominicana, etc.).
Recentemente, sem que tenha substancialmente alterado os seus objetivos fundamentais, a política continental dos Estados Unidos vis-à-vis a América Latina revestiu-se de novos aspectos: o emprego de métodos e procedimentos coletivos facultados pelo Sistema Interamericano e pela Carta da OEA; a utilização de programas de ajuda, como a Aliança para o Progresso, destinados a manter os países latino-americanos sob a tutela econômica e política de Washington; o pretexto do combate às atividades subversivas do comunismo internacional para justificar o auxílio a regimes militares e ditatoriais favoráveis às diretrizes políticas do Pentágono e do Departamento de Estado.

Links para Download

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Mais Lidos

Blog

A Batalha Da América Latina

Eis, até hoje, as batalhas da América Latina. Muitas batalhas e, com exceção de uma ou outra, quase tôdas elas batalhas perdidas. Mas este capítulo da História não será o último. Seguimos e seguiremos o exemplo da Inglaterra: que sempre perdeu tôdas as batalhas e acabou ganhando a guerra”. Com essas palavras de fé e confiança no futuro, Otto Maria Carpeaux arremata o longo ensaio sôbre as Batalhas e Guerra da América Latina, escrito especialmente para servir de introdução aos artigos sôbre política internacional que publicou, no Correio da Manhã, entre outubro de 1964 e junho de 1965.
Ao longo dos nove meses do período em apreço, a conjuntura internacional apresentou duas crises de maior gravidade: a do Vietnã e a da República Dominicana. É principalmente a esta última crise que Carpeaux dedica particular atenção. Em seu estudo introdutório os acontecimentos de São Domingos são projetados dentro da perspectiva histórica necessária à correta interpretação dos acontecimentos em questão: a constante e sistemática interferência norte-americana nos negócios internos e externos dos países latino-americanos, com vistas a controlar e orientar os governos desses países em benefício dos interesses políticos, econômicos, financeiros, comerciais — da segurança, em suma — dos Estados Unidos da América. Desde 2 de dezembro de 1823, data da formulação da Doutrina de Monroe, aos dias atuais da Aliança para o Progresso, a “hegemonia exploradora” dos governos que se sucederam em Washington (com raras exceções, entre as quais se destacam as administrações do Presidente Franklin Delano Roosevelt) investiu sempre contra a América Latina, anexando imensos territórios (Califórnia, Texas, Arizona, Nôvo México, Pôrto Rico, etc.), desmembrando alguns (Panamá e Colômbia), invadindo outros (Cuba, Guatemala, Nicarágua, México, Haiti, República Dominicana, etc.).
Recentemente, sem que tenha substancialmente alterado os seus objetivos fundamentais, a política continental dos Estados Unidos vis-à-vis a América Latina revestiu-se de novos aspectos: o emprego de métodos e procedimentos coletivos facultados pelo Sistema Interamericano e pela Carta da OEA; a utilização de programas de ajuda, como a Aliança para o Progresso, destinados a manter os países latino-americanos sob a tutela econômica e política de Washington; o pretexto do combate às atividades subversivas do comunismo internacional para justificar o auxílio a regimes militares e ditatoriais favoráveis às diretrizes políticas do Pentágono e do Departamento de Estado.

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Pesquisar

Mais Lidos

Blog