Capitalismo Autoritário E Campesinato

A preocupação temática inicial – a ocupação de áreas novas ou, na expressão anglo-saxã consagrada, a fronteira em movimento – e que serviu como ponto de entrada para uma discussão mais ampla, prende-se a um interesse de pesquisa despertado sob a influência do Dr. Roberto Cardoso de Oliveira

e que desenvolvi durante vários anos no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Com isso, na medida em que os rótulos tenham algum sentido, o trabalho tornou-se sobretudo de sociologia política. A antropologia manteve-se presente pela ilustração de algumas teses com um certo tipo de material de campo, pela preocupação temática com os campesinatos e principalmente pela aplicação de um procedimento caro a essa tradição acadêmica: o método comparativo. O material de campo não pretende “demonstrar” as teses mais gerais do trabalho. Constitui apenas um dos elementos apresentados, embora certamente mais importante do que é explicitado enquanto detonador da reflexão. Apesar dos cuidados metodológicos, a questão da prova nas ciências sociais obviamente não é aqui resolvida, parecendo ilusório imaginar que possa sê-lo senão, em última análise, como resultado sempre relativo de uma prática de natureza coletiva.
Quanto a esse último ponto e dada a pouca utilização sistemática e controlada da comparação na sociologia brasileira, é bom deixar claro que eventuais analogias próximas entre o “caso brasileiro” e outros casos históricos de ocupação de áreas novas e de desenvolvimento capitalista não constituem uma leitura preconcebida destes outros casos a partir da experiência brasileira, nem vice-versa. Pessoalmente, o interesse por esses outros casos basta-se a si mesmo, independente de eventuais analogias. E do ponto de vista do trabalho, o método comparativo tal como o pretendo aplicar, ao contrário de outras tradições teóricas vigentes entre nós principalmente no âmbito de estudos latino-americanos, não exige similitudes ou uma história comum como pressuposto, antes se nutre e se enriquece basicamente de contrastes e oposições.

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A preocupação temática inicial – a ocupação de áreas novas ou, na expressão anglo-saxã consagrada, a fronteira em movimento – e que serviu como ponto de entrada para uma discussão mais ampla, prende-se a um interesse de pesquisa despertado sob a influência do Dr. Roberto Cardoso de Oliveira e que desenvolvi durante vários anos no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Com isso, na medida em que os rótulos tenham algum sentido, o trabalho tornou-se sobretudo de sociologia política. A antropologia manteve-se presente pela ilustração de algumas teses com um certo tipo de material de campo, pela preocupação temática com os campesinatos e principalmente pela aplicação de um procedimento caro a essa tradição acadêmica: o método comparativo. O material de campo não pretende “demonstrar” as teses mais gerais do trabalho. Constitui apenas um dos elementos apresentados, embora certamente mais importante do que é explicitado enquanto detonador da reflexão. Apesar dos cuidados metodológicos, a questão da prova nas ciências sociais obviamente não é aqui resolvida, parecendo ilusório imaginar que possa sê-lo senão, em última análise, como resultado sempre relativo de uma prática de natureza coletiva.
Quanto a esse último ponto e dada a pouca utilização sistemática e controlada da comparação na sociologia brasileira, é bom deixar claro que eventuais analogias próximas entre o “caso brasileiro” e outros casos históricos de ocupação de áreas novas e de desenvolvimento capitalista não constituem uma leitura preconcebida destes outros casos a partir da experiência brasileira, nem vice-versa. Pessoalmente, o interesse por esses outros casos basta-se a si mesmo, independente de eventuais analogias. E do ponto de vista do trabalho, o método comparativo tal como o pretendo aplicar, ao contrário de outras tradições teóricas vigentes entre nós principalmente no âmbito de estudos latino-americanos, não exige similitudes ou uma história comum como pressuposto, antes se nutre e se enriquece basicamente de contrastes e oposições.

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