O Inspetor Geral

Dentro de clima leve e ligeiro, a peça O Inspetor Geral, escrita em 1836 pelo ucraniano Nicolai Gógol, fala de política - mas não só. A comédia destila críticas a políticos e administradores de maneira geral, a subornadores e subornados, ao serviço de aparência e à hipocrisia das instituições e dos cargos públicos.
Não faltam espirros ácidos ao comportamento frívolo das mulheres, à credulidade simplória e à hipocrisia insensível dos homens. E, se quisermos, a toda humanidade em geral - ou “a nós mesmos”. Entretanto, a peça o faz sem as generalizações banais destes termos, com cenas de muito bom humor e em ótimo ritmo.


O argumento é simples e bom: com a notícia da visita que se aproxima do inspetor geral, supervisor de alto escalão das repartições públicas, o pequeno vilarejo e seus principais funcionários entram em pânico.
O governador, o juiz, o diretor dos hospitais, a chefe das escolas e outros representantes públicos confabulam a melhor forma de receber o visitante - e dissuadi-lo de qualquer inspeção. Surge aí o aproveitador Ivan Aleksándrovitch Khlestakov, malandro viajante equivocadamente tomado por todos como o inspetor geral em pessoa. Na confusão do papel e das inspeções não faltam situações hilárias de denúncia aos meandros do poder, à corrupção, à delação, à impunidade, aos favores etc.
Nikolai Vassilievitch Gogol (Ucrânia, 1809 – Moscou, 1852) foi um vanguardista da literatura russa. Oriundo de uma família de pequenos proprietários de terra ucranianos, passa a sua primeira infância no campo. Em 1821 muda-se para Nezin para estudar. Desde muito cedo deseja ser autor teatral.
Em São Petersburgo conhece Puchkin, que o influencia notavelmente. Em 1836 inicia uma longa viagem pela Europa. Reside em diversas cidades, particularmente em Roma. A distância de seu país natal e a nostalgia que dela resulta lhe inspiraram alguns dos seus escritos, como a magnífica novela O capote (1843), cujo herói, Akaki Akakievitch, tornou-se o arquétipo do pequeno funcionário russo.
Gogol é a primeira grande figura do realismo russo. Começa por escrever contos: Serões na propriedade de Dikanka, Arabescos, O retrato, Diário de um louco. Publica um importante romance romântico, Taras Bulba, que descreve as lutas dos cossacos contra os ocupantes polacos.
Mas não demora a inclinar-se para as propostas literárias do realismo. A este gênero se aplica a sua obra-prima, Almas mortas, que, baseando-se num fato real, uma burla que consiste em comprar servos mortos para os hipotecar e obter assim um empréstimo, vem a ser uma visão violentamente satírica da Rússia anterior à abolição da escravatura.

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Dentro de clima leve e ligeiro, a peça O Inspetor Geral, escrita em 1836 pelo ucraniano Nicolai Gógol, fala de política – mas não só. A comédia destila críticas a políticos e administradores de maneira geral, a subornadores e subornados, ao serviço de aparência e à hipocrisia das instituições e dos cargos públicos.
Não faltam espirros ácidos ao comportamento frívolo das mulheres, à credulidade simplória e à hipocrisia insensível dos homens. E, se quisermos, a toda humanidade em geral – ou “a nós mesmos”. Entretanto, a peça o faz sem as generalizações banais destes termos, com cenas de muito bom humor e em ótimo ritmo.
O argumento é simples e bom: com a notícia da visita que se aproxima do inspetor geral, supervisor de alto escalão das repartições públicas, o pequeno vilarejo e seus principais funcionários entram em pânico.
O governador, o juiz, o diretor dos hospitais, a chefe das escolas e outros representantes públicos confabulam a melhor forma de receber o visitante – e dissuadi-lo de qualquer inspeção. Surge aí o aproveitador Ivan Aleksándrovitch Khlestakov, malandro viajante equivocadamente tomado por todos como o inspetor geral em pessoa. Na confusão do papel e das inspeções não faltam situações hilárias de denúncia aos meandros do poder, à corrupção, à delação, à impunidade, aos favores etc.
Nikolai Vassilievitch Gogol (Ucrânia, 1809 – Moscou, 1852) foi um vanguardista da literatura russa. Oriundo de uma família de pequenos proprietários de terra ucranianos, passa a sua primeira infância no campo. Em 1821 muda-se para Nezin para estudar. Desde muito cedo deseja ser autor teatral.
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Gogol é a primeira grande figura do realismo russo. Começa por escrever contos: Serões na propriedade de Dikanka, Arabescos, O retrato, Diário de um louco. Publica um importante romance romântico, Taras Bulba, que descreve as lutas dos cossacos contra os ocupantes polacos.
Mas não demora a inclinar-se para as propostas literárias do realismo. A este gênero se aplica a sua obra-prima, Almas mortas, que, baseando-se num fato real, uma burla que consiste em comprar servos mortos para os hipotecar e obter assim um empréstimo, vem a ser uma visão violentamente satírica da Rússia anterior à abolição da escravatura.

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