A Corrida Para O Século XXI

Em sua brilhante obra A corrida para o século XXI: no loop da montanha-russa, Nicolau Sevcenko inicia dizendo que uma das sensações mais intensas, do mundo atual, que se pode experimentar é a montanha-russa, por submeter às pessoas as experiências extremas de deslocamento e aceleração que alteram a percepção do próprio corpo e do mundo ao redor.


Assim, Sevcenko faz uma analogia entre a montanha-russa com o século XX, mostrando que os dois possuem um ritmo bem parecido de grandes subidas (momento de grandes avanços tecnológicos) e descidas (período em que não ocorre grandes avanços tecnológicos).
A imagem da montanha-russa é usada por Sevcenko para descrever o processo de aceleração tecnológica que marca a transição do século XX para o XXI. Uma aceleração excitante, mas também inconsequente: vai aumentando as desigualdades entre os grupos e sociedades, multiplicando crises e violências e ameaçando o equilíbrio ambiental.
Para ser mais claro, em uma montanha russa o começo de tudo é a subida e ele diz que essa ascensão ocorreu do século XVI a meados do XIX.
Foi uma fase de ordem e do progresso, do desenvolvimento tecnológico. Mas logo depois temos a queda vertiginosa, que começou a ocorrer a partir de 1870 com a revolução científica tecnológica , trazendo a incorporação e aplicação de novas teorias científicas e junto delas temos a chegada da guerra que faz com a montanha-russa tenha um “efeito desorientador de aceleração extrema”.
E a terceira fase é marcada pelo loop, que significa o status quo da aceleração precipitada, onde o universo torna-se imprevisível, irresistível e incompreensível. É o período que se inicia no século XX e que corresponde à revolução microeletrônica.
Vale ressalvar que não chegamos nessa fase e que ainda podemos impedir ou pelo menos retardar o que ele chama de “síndrome do loop”. Mas o que seria isto?
Para o autor, é o efeito causado pela precipitação das transformações tecnológicas que tendem a nos submeter a uma anuência cega, passiva e irrefletida.
É uma perversão típica que herdamos da passagem do século XX para o XXI que abole a percepção do tempo, obscurece as referencias do espaço e emudece a crítica tornando a técnica surda à sociedade. E por que a crítica seria algo tão necessária à técnica?
Porque ela é a contrapartida cultural diante da técnica, é a intermediante entre o diálogo da sociedade com as inovações.

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Em sua brilhante obra A corrida para o século XXI: no loop da montanha-russa, Nicolau Sevcenko inicia dizendo que uma das sensações mais intensas, do mundo atual, que se pode experimentar é a montanha-russa, por submeter às pessoas as experiências extremas de deslocamento e aceleração que alteram a percepção do próprio corpo e do mundo ao redor.
Assim, Sevcenko faz uma analogia entre a montanha-russa com o século XX, mostrando que os dois possuem um ritmo bem parecido de grandes subidas (momento de grandes avanços tecnológicos) e descidas (período em que não ocorre grandes avanços tecnológicos).
A imagem da montanha-russa é usada por Sevcenko para descrever o processo de aceleração tecnológica que marca a transição do século XX para o XXI. Uma aceleração excitante, mas também inconsequente: vai aumentando as desigualdades entre os grupos e sociedades, multiplicando crises e violências e ameaçando o equilíbrio ambiental.
Para ser mais claro, em uma montanha russa o começo de tudo é a subida e ele diz que essa ascensão ocorreu do século XVI a meados do XIX.
Foi uma fase de ordem e do progresso, do desenvolvimento tecnológico. Mas logo depois temos a queda vertiginosa, que começou a ocorrer a partir de 1870 com a revolução científica tecnológica , trazendo a incorporação e aplicação de novas teorias científicas e junto delas temos a chegada da guerra que faz com a montanha-russa tenha um “efeito desorientador de aceleração extrema”.
E a terceira fase é marcada pelo loop, que significa o status quo da aceleração precipitada, onde o universo torna-se imprevisível, irresistível e incompreensível. É o período que se inicia no século XX e que corresponde à revolução microeletrônica.
Vale ressalvar que não chegamos nessa fase e que ainda podemos impedir ou pelo menos retardar o que ele chama de “síndrome do loop”. Mas o que seria isto?
Para o autor, é o efeito causado pela precipitação das transformações tecnológicas que tendem a nos submeter a uma anuência cega, passiva e irrefletida.
É uma perversão típica que herdamos da passagem do século XX para o XXI que abole a percepção do tempo, obscurece as referencias do espaço e emudece a crítica tornando a técnica surda à sociedade. E por que a crítica seria algo tão necessária à técnica?
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