Estado Novo, Ideologia E Propaganda Política

Estado Novo, Ideologia E Propaganda Política - A perplexidade perante a propaganda política, vista através de um prisma que lhe conferiu papel significativo nas grandes transformações do século XX, gerou certa inquietação em diversas áreas do conhecimento, permitindo a revelação de elementos importantes para a compreensão daquelas transformações.
As análises elaboradas por Jean-Marie Domenach e Serge Tchakhotine, para mencionar apenas dois clássicos, constituíram valiosas contribuições para a interpretação mais adequada da Revolução russa e do Nazismo na Alemanha. As restrições que se podem fazer a esses estudos referem-se à sua natureza excessivamente valorativa.


A sobrestimação do papel da propaganda no processo social fez com que ela fosse considerada um poderoso instrumento de manipulação suscetível de, por si só, produzir as mais diversas consequências. Dessa forma, interesses os mais mesquinhos ou os mais nobres teriam à sua disposição uma arma eficiente, capaz de conduzir à sua realização efetiva.
A parcialidade dessa posição, fruto da reificação a propaganda pela abstração de suas determinantes sócio-econômicas e ideológicas, não elimina o mérito daquelas contribuições e é passível de ser superada através de formulações mais adequadas. No que se refere à História do Brasil, o problema raramente tem sido objeto de cogitação, a não ser em breves referências ou em capítulos singelos inseridos em trabalhos de outra natureza. O presente estudo foi concebido a partir da percepção dessa lacuna.
O escopo inicial deste trabalho foi formulado em bases bastante amplas: perquirir, a respeito da propaganda política no Brasil enquanto instância de um contexto mais complexo, constituído pelo conjunto dinâmico das relações sociais. O tema afinal proposto delimitou, de modo mais preciso, as possibilidades de pesquisa e interpretação, que se restringiram ao período 1937-1945, conhecido pela denominação “Estado Novo” que, tendo-se em vista a especificidade de nosso objetivo, revelava-se extremamente significativo.
A criação do Departamento Nacional de Propaganda, logo sucedido pelo Departamento de Imprensa e Propaganda, a intensa utilização da imprensa, do cinema e do rádio para a veiculação de mensagens oficiais, o grande número de obras e artigos enaltecendo Getúlio Vargas e o Estado Novo, a intensificação dos atos e solenidades públicas, constituíam fatos sugestivos a indicar a propriedade do período escolhido para análise.

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Estado Novo, Ideologia E Propaganda Política – A perplexidade perante a propaganda política, vista através de um prisma que lhe conferiu papel significativo nas grandes transformações do século XX, gerou certa inquietação em diversas áreas do conhecimento, permitindo a revelação de elementos importantes para a compreensão daquelas transformações.
As análises elaboradas por Jean-Marie Domenach e Serge Tchakhotine, para mencionar apenas dois clássicos, constituíram valiosas contribuições para a interpretação mais adequada da Revolução russa e do Nazismo na Alemanha. As restrições que se podem fazer a esses estudos referem-se à sua natureza excessivamente valorativa.
A sobrestimação do papel da propaganda no processo social fez com que ela fosse considerada um poderoso instrumento de manipulação suscetível de, por si só, produzir as mais diversas consequências. Dessa forma, interesses os mais mesquinhos ou os mais nobres teriam à sua disposição uma arma eficiente, capaz de conduzir à sua realização efetiva.
A parcialidade dessa posição, fruto da reificação a propaganda pela abstração de suas determinantes sócio-econômicas e ideológicas, não elimina o mérito daquelas contribuições e é passível de ser superada através de formulações mais adequadas. No que se refere à História do Brasil, o problema raramente tem sido objeto de cogitação, a não ser em breves referências ou em capítulos singelos inseridos em trabalhos de outra natureza. O presente estudo foi concebido a partir da percepção dessa lacuna.
O escopo inicial deste trabalho foi formulado em bases bastante amplas: perquirir, a respeito da propaganda política no Brasil enquanto instância de um contexto mais complexo, constituído pelo conjunto dinâmico das relações sociais. O tema afinal proposto delimitou, de modo mais preciso, as possibilidades de pesquisa e interpretação, que se restringiram ao período 1937-1945, conhecido pela denominação “Estado Novo” que, tendo-se em vista a especificidade de nosso objetivo, revelava-se extremamente significativo.
A criação do Departamento Nacional de Propaganda, logo sucedido pelo Departamento de Imprensa e Propaganda, a intensa utilização da imprensa, do cinema e do rádio para a veiculação de mensagens oficiais, o grande número de obras e artigos enaltecendo Getúlio Vargas e o Estado Novo, a intensificação dos atos e solenidades públicas, constituíam fatos sugestivos a indicar a propriedade do período escolhido para análise.

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