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No mundo atual, processos migratórios não podem mais ser compreendidos somente em termos de rupturas com a sociedade de origem e integrações no território de acolhida.
Isso porque antigas diásporas e novos imigrantes dispõem, hoje, de sofisticadas tecnologias de informação e comunicação (TICs) que não apenas permitem a manutenção de laços identitários e afetivos, mas também viabilizam e incentivam a construção de novos vínculos e quadros comunitários, tanto no plano local como no transnacional.
Essa relação entre deslocamentos humanos e TICs, em especial a Internet, vem chamando a atenção dos estudiosos do campo das Migrações Transnacionais e da Comunicação Social, contribuindo para o desenvolvimento da ideia de webdiáspora.
O conceito é utilizado para definir espaços virtuais construídos na Web, de e para imigrantes (sites, blogs, fóruns, comunidades e páginas próprias inseridas em redes sociais etc.), que vão muito além de características funcionais para a troca de informações pontuais, caracterizada pela agilidade e abrangência.
Ao envolver aspectos midiáticos mais amplos de ordem intercultural e multiterritorial, acabam por servir como recurso para interação e compartilhamento dos vínculos sociais, no qual os fluxos informacionais são capazes de construir não só uma identidade diaspórica, mas por participar da negociação de direitos cidadãos e garantir a emergência de uma cidadania global.
O objetivo principal dessa pesquisa foi verificar como se dá a construção empírica da webdiáspora no Brasil em 10 diferentes grupos diaspóricos: italianos, andinos, árabes, mulçumanos, espanhóis (galegos), japoneses, portugueses, africanos, ucranianos e russos e alemães.
Diante desse cenário e atentos para o crescimento desse fenômeno no Brasil com grupos de imigrantes estrangeiros que aqui se fixam, colocamo-nos a seguinte questão: Que usos os imigrantes e comunidades diaspóricas presentes no Brasil fazem da internet? É justamente essa a pergunta que a presente pesquisa tenta responder.
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