O Theatrum Mundi Pós-Moderno

O Theatrum Mundi Pós-Moderno apresenta temas fundamentais do pensamento desse autor, dentre eles a reflexão sobre o tribalismo pós-moderno.

O Instituto Ciência e Fé PUCPR tem a honra de apresentar à comunidade acadêmica mais uma obra que organiza e publica alguns textos do sociólogo Michel Maffesoli. O Theatrum Mundi Pós-Moderno apresenta temas fundamentais do pensamento desse autor, dentre eles a reflexão sobre o tribalismo pós-moderno; a presença e valorização de uma razão sensível; a importância de estar atento ao cotidiano e àquilo que se encontra na ordem do dia; entre outros temas. Como ele próprio nos provoca em um de seus textos presente nessa obra:

“Quanto à recomposição pós-moderna, o que ela pode ser? É claro que é sempre muito delicado “remoer” nos potes do futuro. No entanto, é possível dar algumas indicações, reunir alguns indícios, a fim de indicar as grandes tendências. Tanto mais, como já foi dito, que vemos retornar, ligeiramente modificado, o que tínhamos acreditado ter sido ultrapassado.

Para ser mais preciso, não se trata, aqui, de um “eterno retorno do mesmo”, mas, como o filósofo Nicolau de Cusa apontava em seu tempo, de um crescimento assumindo a forma de uma espiral. Para dizê-lo ainda mais nitidamente, se uma definição provisória de pós-modernidade devesse ser dada, ela poderia ser “a sinergia dos fenômenos arcaicos e do desenvolvimento tecnológico”.

Observador do espírito do tempo (Zeitgeist), Michel Maffesoli enfatiza a transição da Modernidade à Pós-modernidade. Aponta-nos, a partir disso, que a matéria/conteúdo que considerávamos substancial para fundamentar nossos ‘valores’, também se modificou. Para o sociólogo, esse movimento, irrefreável e natural do corpo social, não deveria nos preocupar, pois, como ele próprio nos diz, “o fim de um mundo não significa o fim do mundo”.

Mas isso só é percebido pelos espíritos livres que pairam por aí! Para os que necessitam de certezas para sobreviverem e vociferarem suas doses de ‘moralina’ pelo mundo afora, essa conclusão é por demais insuportável.

Por quê? Porque, como nos demonstrou Thomas Kuhn, toda ‘revolução científica’ implica em abrir mão dos antigos e assentados pressupostos e reiniciar a trajetória. É urgente reconhecer a tão proclamada, mas pouco vivida, sabedoria socrática do eterno aprendiz. E mais revolucionariamente ainda é admitir que podemos apreender muito com as experiências tidas como ‘banais’, ‘triviais’ e ‘irrelevantes’, segundo o ponto de vista dessa certa intelligentsia.

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“Quanto à recomposição pós-moderna, o que ela pode ser? É claro que é sempre muito delicado “remoer” nos potes do futuro. No entanto, é possível dar algumas indicações, reunir alguns indícios, a fim de indicar as grandes tendências. Tanto mais, como já foi dito, que vemos retornar, ligeiramente modificado, o que tínhamos acreditado ter sido ultrapassado.

Para ser mais preciso, não se trata, aqui, de um “eterno retorno do mesmo”, mas, como o filósofo Nicolau de Cusa apontava em seu tempo, de um crescimento assumindo a forma de uma espiral. Para dizê-lo ainda mais nitidamente, se uma definição provisória de pós-modernidade devesse ser dada, ela poderia ser “a sinergia dos fenômenos arcaicos e do desenvolvimento tecnológico”.

Observador do espírito do tempo (Zeitgeist), Michel Maffesoli enfatiza a transição da Modernidade à Pós-modernidade. Aponta-nos, a partir disso, que a matéria/conteúdo que considerávamos substancial para fundamentar nossos ‘valores’, também se modificou. Para o sociólogo, esse movimento, irrefreável e natural do corpo social, não deveria nos preocupar, pois, como ele próprio nos diz, “o fim de um mundo não significa o fim do mundo”.

Mas isso só é percebido pelos espíritos livres que pairam por aí! Para os que necessitam de certezas para sobreviverem e vociferarem suas doses de ‘moralina’ pelo mundo afora, essa conclusão é por demais insuportável.

Por quê? Porque, como nos demonstrou Thomas Kuhn, toda ‘revolução científica’ implica em abrir mão dos antigos e assentados pressupostos e reiniciar a trajetória. É urgente reconhecer a tão proclamada, mas pouco vivida, sabedoria socrática do eterno aprendiz. E mais revolucionariamente ainda é admitir que podemos apreender muito com as experiências tidas como ‘banais’, ‘triviais’ e ‘irrelevantes’, segundo o ponto de vista dessa certa intelligentsia.

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