Como a escrita inspirou a ascensão e a queda de impérios e nações, o desabrochar de ideias políticas e filosóficas e o nascimento de crenças religiosas.
O Mundo Da Escrita nos conduz a uma viagem maravilhosa pelo tempo e pelo globo, por meio de dezesseis textos fundamentais, selecionados dentre 4 mil anos de literatura mundial.
É assim que conhecemos a sra. Murasaki, autora do primeiro grande romance da história universal; as aventuras de Miguel de Cervantes ao enfrentar piratas — tanto os que atuam no mar como os literários —; e os artesãos da linguagem do épico oral Sundiata na África Ocidental.
Também aprendemos como Goethe descobriu a literatura mundial na Sicília, passamos mil e uma noites com Sherazade, acompanhamos a difusão do Manifesto Comunista e a batalha dos livros na América espanhola.
Para contar toda essa trajetória, Martin Puchner trata tanto da narrativa quanto da evolução das tecnologias criativas — o alfabeto, o papel, o códice, a impressão —, que formaram pessoas, comércios e hábitos.
A literatura, em suma, moldou nosso mundo, um espaço a partir do qual conversamos rotineiramente com vozes do passado e imaginamos que podemos nos dirigir aos leitores do futuro.
“Às vezes tento imaginar o mundo sem literatura. Eu sentiria falta dos livros nos aviões. Livrarias e bibliotecas teriam espaço de sobra nas estantes (e as minhas não estariam transbordando).
A indústria editorial não existiria como a conhecemos, nem a Amazon, e não haveria nada em minha mesa de cabeceira quando não consigo dormir à noite.
Tudo isso seria lamentável, mas mal arranha a superfície do que seria perdido se a literatura nunca tivesse existido, se as histórias só fossem contadas oralmente e nunca tivessem sido escritas.
Um mundo assim é quase impossível de imaginar. Nosso sentido de história, da ascensão e queda de impérios e nações, seria completamente diferente.
A maior parte das ideias filosóficas e políticas nunca teria existido, ou teria sido esquecida, porque a literatura que deu origem a elas não teria sido escrita. Quase todas as crenças religiosas desapareceriam junto com as escrituras nas quais foram expressas.”