Desleituras Cinematográficas: Literatura, Cinema E Cultura

Há livros sorrateiros – como o que vão ler. Requerem um prefácio, no sentido etimológico do termo. Uma fala inicial.
Em cada um dos ensaios ali reunidos o autor quis pôr de imediato a mão na massa. Cada texto exibe um corpus de estudo, inter-relaciona obras de arte tomadas à literatura e ao cinema

e enuncia uma proposta específica e pessoal de leitura para, em seguida, fazê-la. O ensaísta se preparou para desenvolver a leitura com o cuidado teórico e a atenção expositiva que artistas e obras merecem. Cada um dos autores é especialista na massa em que põe a mão e, por isso, a espicha com destreza pelas vinte e poucas páginas que lhe foram oferecidas. Nelas borda figuras inteligíveis e convincentes do saber artístico que acumulou durante anos de estudo e de docência. E, página após página, transmite com empenho sua experiência ao leitor.
Na economia geral do livro, o estatuto do prefácio é ambivalente. “Estás lá, livro, estou cá” – diz o prefaciador. A margem é o lugar que o prefácio ocupa no livro; também é da margem que a orelha atiça, com sedução, a curiosidade do leitor; ela fica na aba da capa que se dobra para dentro. Escreve-se o prefácio (ou a orelha) do lado de fora do livro, embora ele deva comunicar-se íntima e intrinsecamente com o que está lá, no lado de dentro.
Sem direito a assento no espaço original do índice, cumpre ao prefácio enfrentar o livro e nele abrir uma brecha. Por ela o prefaciador perceberá que alguma coisa – uma questão teórica, por exemplo, − foi sendo deixada no ar pelas sucessivas leituras dos especialistas. No entanto, a coisa está lá dentro, em cada ensaio, e serve de espinha dorsal do livro. É a garantia da organicidade na mistura sensível de autores e de textos críticos. O prefácio não é, pois, paralelo, é intrusivo, tão intrusivo quanto uma broca.
Durante a produção das exegeses das obras de arte escolhidas para análise e interpretação, os especialistas deixaram alguma coisa subentendida no livro.

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Há livros sorrateiros – como o que vão ler. Requerem um prefácio, no sentido etimológico do termo. Uma fala inicial.
Em cada um dos ensaios ali reunidos o autor quis pôr de imediato a mão na massa. Cada texto exibe um corpus de estudo, inter-relaciona obras de arte tomadas à literatura e ao cinema e enuncia uma proposta específica e pessoal de leitura para, em seguida, fazê-la. O ensaísta se preparou para desenvolver a leitura com o cuidado teórico e a atenção expositiva que artistas e obras merecem. Cada um dos autores é especialista na massa em que põe a mão e, por isso, a espicha com destreza pelas vinte e poucas páginas que lhe foram oferecidas. Nelas borda figuras inteligíveis e convincentes do saber artístico que acumulou durante anos de estudo e de docência. E, página após página, transmite com empenho sua experiência ao leitor.
Na economia geral do livro, o estatuto do prefácio é ambivalente. “Estás lá, livro, estou cá” – diz o prefaciador. A margem é o lugar que o prefácio ocupa no livro; também é da margem que a orelha atiça, com sedução, a curiosidade do leitor; ela fica na aba da capa que se dobra para dentro. Escreve-se o prefácio (ou a orelha) do lado de fora do livro, embora ele deva comunicar-se íntima e intrinsecamente com o que está lá, no lado de dentro.
Sem direito a assento no espaço original do índice, cumpre ao prefácio enfrentar o livro e nele abrir uma brecha. Por ela o prefaciador perceberá que alguma coisa – uma questão teórica, por exemplo, − foi sendo deixada no ar pelas sucessivas leituras dos especialistas. No entanto, a coisa está lá dentro, em cada ensaio, e serve de espinha dorsal do livro. É a garantia da organicidade na mistura sensível de autores e de textos críticos. O prefácio não é, pois, paralelo, é intrusivo, tão intrusivo quanto uma broca.
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