Onde estão os egressos do sistema penitenciário capacitados pelo Banco da Providência? O que estão fazendo da capacitação recebida? Há informações que mostrem se voltaram para o presídio? Qual o resultado, para a sociedade, do investimento feito nestas pessoas?
Estes são alguns dos questionamentos feitos ao Banco da Providência por membros da nossa sociedade, patrocinadores de projetos e representantes da política pública. Eles deram origem ao estudo: As Potencialidades do Egresso do Sistema Penitenciário: para além do mercado, a formação para a vida.
O Banco da Providência, a partir da elaboração do planejamento estratégico (2003) adotou o procedimento de realizar estudos de pós-inclusão das famílias atendidas no Programa de Inclusão Social. Desta forma, ampliamos o estudo para a Agência da Cidadania, utilizando técnicas de pesquisa qualitativa e quantitativa, para avaliar resultados sobre o grupo de 40 egressos incluídos socialmente pelo Banco da Providência no ano de 2010. O estudo foi realizado em 2012.
Estabelecemos como objetivo geral avaliar se a formação para o trabalho obtida por meio das ações do Banco da Providência contribui para o egresso do sistema penitenciário ingressar e/ou permanecer no mercado de trabalho.
Frente à complexidade que envolve o binômio capacitação x inserção e permanência no mercado de trabalho, estabelecemos como objetivos específicos:
– Apresentar o perfil socioeconômico dos entrevistados;
– Verificar o índice de reincidência e mortalidade entre os egressos que participaram do estudo;
– Identificar a sustentabilidade da geração de renda a partir das oportunidades de formação e/ou inserção no mercado de trabalho;
– Identificar o nível de salário obtido pelos alunos;
Os objetivos específicos já mostram nossa preocupação em definir, desde logo, os elementos constitutivos do amplo quadro em que se insere a colocação no mercado de trabalho. Além de fornecer uma visão geral do perfil do egresso atendido no Banco da Providência nos possibilitou traçar o contexto social, uma análise necessária no que se refere à sociedade brasileira, identificada como uma das mais desiguais do mundo. Nosso objetivo, muito mais do que mostrar dados permite refletir sobre o fenômeno multifacetado que permeia a inserção no mercado de trabalho. E quer contribuir na aproximação de dois mundos, o mundo do egresso e o mundo da vida em sociedade.

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