Gênero E Performance Vol. I

Faz 13 anos, no dia 22 de fevereiro de 2019, que Gisberta foi assassinada.

Em 2006, Gisberta Salce Júnior morreu dentro de um buraco, num prédio abandonado, após ter sido torturada durante três dias por um grupo de adolescentes, no Porto, em Portugal.

Gisberta era uma mulher transexual que emigrou do Brasil para Portugal nos anos 80 do século XX.

Num artigo que publicámos em 2016, explorámos a cobertura mediática da
sua morte como um caso ilustrativo de representações sociais de género, tendo chegado a duas conclusões principais: por um lado, mesmo aqueles que constituem comunidades de apoio e reconhecimento, perpetuam discursos binários em relação ao género, enquanto, por outro lado, a única possibilidade aparente de humanizar e transcender essas normas é materializada na performance e na produção artística, ao permitir uma conexão tendencialmente empática e emocional com o "sujeito" enquanto ser humano, em vez de o tratar como um objeto representado a partir do conceito de transgressão.

A análise de artigos de jornal sobre Gisberta revelou que há uma forte representação social binária de género, constituída rigidamente por polos estáticos em torno dos conceitos de feminino e masculino.

Como tal, a representação social daqueles indivíduos que transgridem este esquema binário, incorporando performances alternativas de género, como foi o caso de Gisberta, parece ter como efeito reduzir o ser humano à sua transgressão, neste caso, à sua sexualidade transgressora.

Naquele estudo, foram analisados diferentes discursos que sobre Gisberta foram então produzidos no espaço público: media, tribunais, adolescentes envolvidos no crime, ativistas LGTB e artistas.

Através dessa análise, foi possível concluir que essas normas binárias são muito profundas e estão culturalmente naturalizadas, na medida em que atravessam mesmo os discursos daqueles que tendem a falar em nome das pessoas transsexuais, de tal forma que parece quase impossível escapar deles.

http://livrandante.com.br/contribuicao/caneca-forrozim-branca/

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    1. Oi Iara!
      Para fazer o download, clique no ícone “PDF” no final do post. Quando abrir a página do servidor, clique em “get”.
      Se você quiser adquirir o livro físico, só dando uma procurada na internet. Este livro foi publicado em Portugal e não sei se você encontra no Brasil para comprar.

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Faz 13 anos, no dia 22 de fevereiro de 2019, que Gisberta foi assassinada.

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Gisberta era uma mulher transexual que emigrou do Brasil para Portugal nos anos 80 do século XX.

Num artigo que publicámos em 2016, explorámos a cobertura mediática da
sua morte como um caso ilustrativo de representações sociais de género, tendo chegado a duas conclusões principais: por um lado, mesmo aqueles que constituem comunidades de apoio e reconhecimento, perpetuam discursos binários em relação ao género, enquanto, por outro lado, a única possibilidade aparente de humanizar e transcender essas normas é materializada na performance e na produção artística, ao permitir uma conexão tendencialmente empática e emocional com o “sujeito” enquanto ser humano, em vez de o tratar como um objeto representado a partir do conceito de transgressão.

A análise de artigos de jornal sobre Gisberta revelou que há uma forte representação social binária de género, constituída rigidamente por polos estáticos em torno dos conceitos de feminino e masculino.

Como tal, a representação social daqueles indivíduos que transgridem este esquema binário, incorporando performances alternativas de género, como foi o caso de Gisberta, parece ter como efeito reduzir o ser humano à sua transgressão, neste caso, à sua sexualidade transgressora.

Naquele estudo, foram analisados diferentes discursos que sobre Gisberta foram então produzidos no espaço público: media, tribunais, adolescentes envolvidos no crime, ativistas LGTB e artistas.

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